Antes da oração do Ângelus de hoje (16), o papa Francisco incentivou os fiéis a serem constantes na oração para fortalecer a fé. Àqueles que dizem não ter tempo para rezar, recomendou que recorram a  uma prática quase esquecida, mas conhecida pelas avós: as chamadas jaculatórias.

Francisco refletiu sobre a passagem final do Evangelho de hoje, no qual Jesus pergunta: "Quando o Filho do homem voltar, encontrará fé sobre a terra?".

"É uma pergunta séria. Imaginemos que o Senhor venha hoje à Terra. Ele veria, infelizmente, tantas guerras, pobreza, desigualdades e, ao mesmo tempo, grandes conquistas da tecnologia, dos meios modernos”, destacou aos 20 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Encontraria também “pessoas que andam sempre apressadas, nunca param. Mas encontraria alguém que lhe dedicasse tempo e carinho, que o colocasse em primeiro lugar? E sobretudo perguntemo-nos: o que encontraria em mim, se o Senhor viesse hoje, o que encontraria em mim, na minha vida, no meu coração? Que prioridades veria na minha vida?”, questionou o papa Francisco.

O papa disse que muitas vezes “nos concentramos em muitas coisas urgentes, mas não necessárias, ocupamo-nos e nos preocupamos com muitas realidades secundárias; e talvez, sem perceber, descuidamos o que mais conta e deixamos nosso amor a Deus esfriar, esfriar pouco a pouco”.

“Hoje Jesus nos oferece o remédio para aquecer uma fé ressequida. E qual é? A oração. Sim, a oração é o remédio da fé, o reconstituinte da alma. Porém, deve ser uma oração constante”, como quando se toma remédios para melhorar a saúde física.

“Pensemos em uma planta que temos em casa: temos que nutri-la constantemente todos os dias, não podemos enchê-la de água e depois deixá-la sem água por semanas! Com maior razão para a oração: não se pode viver apenas momentos fortes ou encontros intensos de vez em quando e depois 'entrar em letargia'", destacou o papa Francisco.

“Nossa fé vai secar. Precisa da água diária da oração, precisa do tempo dedicado a Deus, para que Ele possa entrar no nosso tempo, na nossa história; de momentos constantes em que abrimos nossos corações, para que Ele possa derramar amor, paz, glória, força, esperança em nós todos os dias; ou seja, nutrir nossa fé”, afirmou.

O papa recordou que Cristo chama todos a “rezar sempre sem desistir”. No entanto, “alguém poderia dizer: ‘Mas como faço isso? Eu não moro em um convento, não tenho tempo para rezar!'”.

Francisco afirmou que perante esta dificuldade, que é real, "pode ​​ vir em nosso auxílio, uma prática espiritual sábia, mesmo que hoje seja um pouco esquecida, que nossos idosos, especialmente as avós, conhecem bem: a das chamadas orações jaculatórias".

“O nome é um pouco ultrapassado, mas a substância é boa. Do que se trata? São  orações muito curtas, fáceis de memorizar, que podemos repetir com frequência durante o dia, no decorrer das várias atividades, para ficar ‘em sintonia’ com o Senhor”, afirmou.

“Vamos dar um exemplo. Assim que acordamos, podemos dizer: ‘Senhor, eu te agradeço e te ofereço este dia’; depois, antes de uma atividade, podemos repetir: ‘Vem, Espírito Santo’; e entre uma coisa e outra, podemos rezar assim: ‘Jesus, eu confio em ti e te amo’”.

O papa Francisco disse que são “pequenas orações, mas nos mantêm em contato com o Senhor”.

“Com quanta frequência enviamos ‘pequenas mensagens’ às pessoas que amamos! Façamos isso também com o Senhor, para que os nossos corações permaneçam conectados a Ele. Não nos esqueçamos de ler Suas respostas. O Senhor responde, sempre. Onde encontrá-las? No Evangelho”, afirmou.

Por isso, o papa Francisco reiterou sua recomendação de ter o Evangelho “sempre à mão para ser aberto todos os dias, para receber uma Palavra de vida dirigida a nós”.

“A Virgem Maria, fiel na escuta, nos ensine a arte de rezar sempre, sem se cansar”, concluiu o papa.

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