O Sínodo "é um caminho de discernimento espiritual, de discernimento eclesial, que se realiza sobretudo em adoração, em oração, em contato com a Palavra de Deus, e não a partir da nossa própria vontade, nossas próprias ideias ou nossos próprios planos”, disse o papa Francisco hoje (14) no Palácio Apostólico do Vaticano ao receber os participantes das jornadas pastorais das comunidades católicas francófonas do mundo.

“É a escuta da sua Palavra que nos abre ao discernimento e nos ilumina. Se ela não estiver no coração e na base da sinodalidade, corremos o risco de reduzir este tempo de graça a mais uma reunião eclesial, ou a um colóquio de estudo, ou a uma espécie de parlamento”, disse.

Francisco se referia ao Sínodo da Sinodalidade, que encerrou sua fase diocesana no início deste semestre e que, em outubro do ano que vem terá sua fase definitiva em Roma.

Durante o seu discurso, o papa Francisco disse que o processo sinodal da Igreja é um sinal de comunhão: “Comunhão de suas comunidades locais com as dioceses onde vocês estão; comunhão com a Igreja na França; e comunhão com o Papa e a Igreja universal”.

“Também nós somos chamados a nos encontrar e permanecer unidos, e a nos voltarmos para os outros, a nos deixarmos interpelar pelas perguntas de nossos irmãos, a nos ajudarmos uns aos outros e a nos enriquecermos mutuamente na diversidade de carismas, vocações e ministérios”, disse o papa Francisco.

“Com os cristãos locais vocês são chamados a formar um só coração, a ser uma comunidade não fechada em si mesma em isolamento estéril, mas como uma parte ativa da Igreja local”, disse Francisco. “Encontrar rostos, cruzar olhares, compartilhar a história de cada um: esta é a proximidade de Jesus que somos chamados a experimentar”.

Segundo Francisco, “o Evangelho está cheio desses encontros com Cristo que elevam e curam” e acrescentou que “o encontro exige abertura, coragem, disponibilidade para se deixar desafiar pela história do outro. O encontro nos transforma e sempre abre novos caminhos que não havíamos imaginado”.

Francisco disse que “o Sínodo é um tempo de graça, um processo guiado pelo Espírito que faz novas todas as coisas, que nos liberta da mundanidade, de nossos fechamentos, de nossos esquemas pastorais repetitivos e do medo. Ele nos chama a nos questionar sobre o que Deus quer nos dizer neste tempo, hoje, e a direção na qual ele quer nos conduzir”.

“O Espírito, que habita em nós, nos protege do envelhecimento interior, nos torna corajosos para levar o Evangelho a todos, de uma maneira sempre nova”, concluiu Francisco.

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