Graças ao apoio da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) e outros benfeitores católicos, uma escola de formação profissional do Líbano gerida pelo Foyer de La Providence poderá continuar formando os jovens em meio a uma das maiores crises econômicas da história do país, com constante desvalorização da moeda e falta de liquidez.

Na sexta-feira (7) houve cinco assaltos a banco cometidos por clientes para tirar seu próprio dinheiro da poupança.

Esses eventos acontecem há meses. Em setembro, Sali Hafiz entrou com uma arma de brinquedo no boanco para exigir o seu dinheiro da poupança e usá-lo para o tratamento de câncer da irmã.

A Associação de Bancos Libaneses decidiu fechar as agências do país por três dias para evitar atos semelhantes que coloquem seus trabalhadores em risco.

A crise também está afetando a educação de crianças e jovens libaneses, incluindo escolas profissionais como a do Foyer de La Providence em Sidon, uma instituição que também tem um orfanato, uma escola para crianças com necessidades especiais e um centro de formação para professores de outras partes do Líbano.

No entanto, graças à ajuda da ACN, ela poderá manter-se ativa apesar das dificuldades, boa notícia que foi comunicada às famílias dos alunos pelo padre Hanna Kanaan, membro da Sociedade Católica Melquita do Divino Salvador.

O padre disse à Ajuda à Igreja que Sofre que “as despesas com a educação escolar de uma criança com deficiência passam de cerca de seis mil dólares por ano. Desde o início, a Sociedade do Divino Salvador se encarregou de um terço das despesas; mas as famílias pagam quatro mil dólares”.

"No entanto, a família paga essas despesas em libras libanesas, que foram desvalorizadas 20 vezes devido à crise econômica", disse.

"As famílias que ainda podem, pagam as mensalidades, mas com a desvalorização agora pagam apenas US$ 300, enquanto nossos custos ainda são tão altos quanto antes", disse o padre.

Muitos pais não conseguiam mais cumprir suas obrigações financeiras, inclusive as mensalidades escolares.

Durante a reunião, os pais souberam da situação difícil, mas tiveram a garantia de “que nunca fecharemos a escola; muito pelo contrário: continuaremos ajudando as famílias. Isso os tranquilizou muito. Nenhum aluno será expulso por não conseguir pagar as mensalidades”.

Os professores também são ajudados

O padre Hanna Kanaan falou à ACN que, apesar da gravidade da crise, “durante esses três anos, ninguém foi demitido por falta de dinheiro”.

“Temos 82 professores e, embora o número de alunos tenha diminuído em aproximadamente 25%, todos permaneceram. Até aumentamos os salários em 40% e agora também pagamos os custos de transporte dos professores para que eles possam vir trabalhar.”

No caso de "profissionais especialmente formados que lidam com crianças deficientes, dobramos os salários e também pagamos as despesas de viagem", acrescentou.

Para obter os fundos financeiros, “os salvatorianos entraram em contato com todos que pudessem ajudá-los, inclusive com a fundação internacional Ajuda à Igreja que Sofre (ACN). A fundação pontifícia aprovou o pedido e está disponibilizando dinheiro para pagar os salários dos professores e comprar combustível para o gerador de eletricidade”, contou.

ACN disse que há décadas ajuda a financiar projetos no Líbano, "mas desde a crise financeira mais que quadruplicou sua ajuda".

Uma das mais recentes é a "grande campanha para as escolas católicas no Líbano, para ajudar a enfrentar a grande crise econômica que está debilitando as instituições sociais do país, especialmente as ligadas à Igreja Católica".

Confira também:

Mais em