“Um claro retrocesso no reconhecimento da dignidade de toda a vida humana acaba de ser votado pela maioria dos deputados”, escreveu ontem (6) no Twitter o arcebispo de Montevidéu, Uruguai, o cardeal Daniel Sturla, depois que a Câmara dos Deputados aprovou o a eutanásia no país.

A Câmara aprovou ontem (6) o projeto com 57 votos, de um total de 96. O projeto de lei segue agora para o Senado.

O texto aprovado diz que a legislação visa “regulamentar e garantir o direito das pessoas de passarem com dignidade pelo processo de morrer, nas circunstâncias que determinar”.

A lei só pode ser aplicada a maiores de idade, "psicologicamente aptos" e que sofram de "uma ou mais patologias ou condições de saúde crônicas, incuráveis ​​e irreversíveis".

Em entrevista à Telemundo, o cardeal Sturla disse que a Santa Sé está preocupada com esse projeto de lei.

“Acho que há uma preocupação na Secretaria de Estado. Naquele momento ainda não havia sido aprovada, volto a Roma neste fim de semana e talvez haja algum outro comentário que me façam", disse.

Para Sturla, o projeto é "lamentável" e espera que haja um "espaço no Senado para uma reflexão mais aprofundada".

“Espero que o cuidado com a vida prevaleça um pouco mais”, disse.

Sturla também destacou que o Senado deve votar a favor do projeto de lei de cuidados paliativos, que foi aprovado na Câmara dos deputados.

“É assim que podemos cuidar de pessoas em situações críticas. Podemos fazer que tenham seus últimos dias sem dor, com dignidade, acompanhados. Não fazer as pessoas sentirem que são um fardo, um peso. Com carinho e respeito até o último momento”, disse.

“O erro é acreditar que aqueles de nós que são contra queremos que as pessoas sofram. Não, é para isso que servem os cuidados paliativos."

Por fim, disse que se o projeto de lei da eutanásia for aprovado, gostaria "de toda o coração" que o presidente Luis Lacalle Pou o "vetasse".

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