Um bispo participou da inauguração de uma nova entrada em uma casa maçônica, apesar da condenação explícita da maçonaria pela Igreja Católica.

A celebração, ocorrida em 27 de setembro, na casa maçônica do Grande Oriente da Itália (GOI), em Terni, contou com a presença de líderes maçônicos italianos, do prefeito Leonardo Latini, e do bispo de Terni-Narni-Amelia, dom Francesco Antonio Soddu.

O site do GOI diz que Soddu, “nas suas mensagens de saudação, agradeceu o convite e manifestou a esperança de que iniciativas como esta possam promover o diálogo e o encontro de diferentes realidades, superando os preconceitos”.

Depois da polêmica provocada pela presença do líder católico, a diocese de Terni-Narni-Amelia publicou um esclarecimento, ante “a leitura instrumentalizada, deliberadamente equivocada e incompreendida da presença do bispo Soddu” que “nesta circunstância suscita espanto, perplexidade e amargura".

“A leitura dos fatos, que nem sequer levou em conta o conteúdo do que disse o bispo, distorce totalmente o sentido de sua presença”, acrescenta.

O esclarecimento diz também que a presença de dom Soddu não foi identificada "com um pensamento diferente da doutrina cristã" e "pelo contrário, teve o único propósito de testemunhar a fidelidade ao Evangelho e à Igreja, especialmente neste tempo de caminho sinodal que a caracteriza”.

O que a Igreja Católica diz sobre a Maçonaria?

O Código de Direito Canônico diz no número 1.374: “quem der o nome a uma associação, que maquine contra a Igreja, seja punido com pena justa; quem promover ou dirigir tal associação seja punido com interdito”.

Essa redação aprovada em 1983 difere da versão de 1917 em dois aspectos: a pena não é automática e a maçonaria não é mencionada explicitamente.

Por isso, o então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé da Santa Sé, e que mais tarde se tornaria o papa Bento XVI, publicou a "Declaração sobre a Maçonaria".

O texto diz que “permanece, portanto, imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja”.

Por isso, “permanece proibida a inscrição nelas.  Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem se aproximar da Sagrada Comunhão”.

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