A Polícia de Investigação do Chile (PDI) cumpriu um mandato de busca na sede jesuíta em Santiago do Chile para obter documentação sobre o padre Felipe Berríos, acusado de abuso sexual contra sete mulheres.

Felipe Berríos foi capelão da organização Um Techo para Chile (Um Teto para Chile) organização que, segundo um FAQ em sua página da internet, “nasceu no Chile em 1997 a partir do trabalho de um grupo de jovens apoiados por um sacerdote jesuíta‘‘ para construir casas em assentamentos nas cidades do país.

Segundo o mesmo site, os jesuítas continuam apoiando a iniciativa por meio da presença de um capelão. “Um dos valores de Techo é a diversidade, por isso, todos e todas, sem importar sua origem, credo, gênero, orientação ou situação econômica têm a porta aberta para fazer parte de Techo”.

Berríos já fez declarações contrárias à Igreja, seu magistério ou sua doutrina.

Em 2013, em entrevista ao programa El informante do canal Televisão Nacional (TVN), o jesuíta disse que a Igreja "lucrou acreditando-se dona da Salvação", alegou que os padres não têm pastores e criticou os bispos chilenos afirmando que "não fizeram nada de bom" porque "não são capazes de se entregar pelos que sofrem”.

Em 2014, de novo na TVN, Berríos defendeu as uniões homossexuais, disse que a oposição ao aborto é uma questão de opinião e criticou a canonização do papa são João Paulo II. Berríos já havia criticado são João Paulo II na entrevista de 2013 pela condenação à teologia da libertação.

Juan Carlos Cruz, chileno vítima de abuso sexual pelo padre Fernando Karadima, elogiou no passado o padre Felipe Berríos. Militante LGBT, Cruz é, desde março de 2021, membro da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores nomeado pelo papa Francisco.

Em outubro de 2015 Cruz escreveu em sua conta no Twitter: “Tenho certeza de que Deus ama muito Felipe Berríos” e em novembro de 2016 ele disse: “Um grande Felipe Berríos SJ em #mhcc Sacerdotes que precisamos”.

Em 25 de agosto, a Companhia de Jesus (jesuítas) no Chile publicou um comunicado sobre as acusações contra o padre Berríos. “Após uma investigação minuciosa, que incluiu o depoimento de mais de 40 testemunhas, a promotora determinou a verossimilhança de atos de significação sexual de diferentes relevâncias que teriam afetado sete jovens e adolescentes”, diz o comunicado.

Ali também se informa a decisão de manter Berríos suspenso do exercício público do ministério sacerdotal.

Depois da publicação do comunicado dos jesuítas do Chile, o padre Berríos publicou uma declaração na qual criticava o texto e negava as acusações contra ele.

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