Desde 2017, a Ordem de Malta organiza pelo menos uma vez por ano uma peregrinação a Santiago de Compostela com peregrinos em cadeira de rodas.

Neste ano houve três peregrinações, a última começou ontem (25) e deve terminar em 2 de outubro.

No total, serão seis etapas de cerca de 16 km pelo caminho francês, entre León e Santiago de Compostela, que serão feitas por três peregrinos em cadeira de rodas ajudados por um grupo de voluntários e acompanhados por um padre.

A peregrinação de pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência é possível graças à utilização de cadeiras com uma única roda feitas especialmente para percorrer caminhos e zonas rurais.

Cada cadeira precisa de pelo menos duas pessoas, uma que dê equilíbrio por trás e outra que faça a função de tração e direção. A Ordem de Malta tem nesta ocasião quatro peregrinos para cada cadeira de rodas.

No total, serão concluídos cerca de 100 km de percurso.

Íñigo Mendaro, Cavaleiro da Ordem de Malta, teve paralisia cerebral infantil, o que lhe causa muita dificuldade para andar. Há anos sonhava em fazer o caminho de Santiago a cavalo, mas achava que seria muito difícil.

Finalmente ele se deixou convencer. "Eles insistem comigo há quatro anos e relutei muito porque será difícil e não poderei ajudar", disse Mendaro à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

Apesar de sua dificuldade em andar, Mendaro é autônomo em quase tudo. "Sou muito independente", diz. “Dar o braço a torcer vai me custar. Essa vai ser o meu oferecimento do caminho”.

Mendaro gosta especialmente da experiência da profundidade espiritual, com a oração das laudes e vésperas e a celebração da missa todas as tardes.

Apesar de já ter ido várias vezes a Santiago de Compostela, Mendaro anseia por atravessar pela primeira vez a Porta do Perdão, aproveitando o fato de ser o Ano Santo. E também quer ver a restauração do Pórtico da Gloria, a partir da fé, mas também como formado em Humanidades e doutor em História.

“Vou agradecer ao apóstolo pela sorte que tenho e rezar pelos outros”, diz. “Bom caminho”, conclui.

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