O papa Francisco nomeou o arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Steiner, para celebrar a missa de beatificação de Benigna Cardoso da Silva, em 24 de outubro, em Crato (CE). Dom Steiner foi criado cardeal pelo papa em agosto deste ano.

“É com imensa alegria que recebemos do papa Francisco, a nomeação de dom Leonardo Steiner para a presidência da beatificação da mártir Benigna Cardoso da Silva. Ele que recentemente foi criado cardeal pelo Santo Padre, e no próximo mês participará conosco deste momento tão importante para a nossa diocese e também para todo o país”, anunciou o bispo de Crato, dom Magnus Henrique Lopes, no sábado (24).

Benigna Cardoso da Silva nasceu em 15 de outubro de 1928, em Santana do Cariri (CE). Muito religiosa e temente a Deus, foi morta aos 13 anos ao resistir à tentativa de abuso sexual de um rapaz. Logo ficou conhecida como “heroína da castidade”.

Após ter seu martírio reconhecido pela Santa Sé, ela se tornará a primeira beata nascida no Ceará. A cerimônia de beatificação será no dia 24 de outubro de 2022, às 17h, no Parque de Exposições da cidade de Crato.

O cardeal Steiner

Dom Leonardo Steiner nasceu em 1950, em Forquilhinha (SC). Fez os votos religiosos da Ordem dos Frades Menores em 1976 e foi ordenado sacerdote em 1978.

Em fevereiro de 2005, foi nomeado bispo prelado de São Félix (MT). De maio de 2011 a maio de 2019, foi secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 21 de setembro de 2011, o papa Bento XVI o nomeou bispo auxiliar de Brasília (DF) e, em 27 de novembro de 2019, o papa Francisco o nomeou arcebispo metropolitano de Manaus (AM).

Desde 27 de março de 2022, dom Steiner é vice-presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). A ideia de criação deste órgão foi proposta no Documento Final do Sínodo sobre a Amazônia, que aconteceu no Vaticano em outubro de 2019.

No ponto 115 do documento, os padres sinodais propuseram “criar um organismo episcopal que promova a sinodalidade entre as Igrejas da região, que ajude a delinear o rosto amazônico desta Igreja e que continue a tarefa de encontrar novos caminhos para a missão evangelizadora, incorporando especialmente a proposta da ecologia integral, fortalecendo assim a fisionomia da Igreja Amazônica”.

A CEAMA foi erigida canonicamente pelo papa Francisco como pessoa jurídica eclesiástica pública em outubro de 2021. Segundo a Santa Sé, o órgão tem finalidade de “promover a ação pastoral comum das circunscrições eclesiásticas da Amazônia e de incentivar uma maior inculturação da fé no referido território”.

Em maio deste ano, quando o papa Francisco anunciou que dom Steiner estava entre os novos cardeais que seriam criados em 27 de agosto, o arcebispo de Manaus disse ter recebido a notícia como um reconhecimento do papa à Igreja na Amazônia. Para ele, com esta nomeação, o papa estaria “pedindo a nossas igrejas que assumam o sínodo, especialmente o texto Querida Amazônia e o documento final do sínodo dos bispos para a Amazônia”.

O documento final do sínodo da Amazônia abordou alguns temas controversos, como a ordenação de homens casados, o diaconato feminino e a criação de um rito amazônico.

Dias antes de sua criação como cardeal, Steiner disse em uma entrevista o portal católico suíço Kath.ch que “haverá uma maneira” de ordenar homens casados, os chamados «viri probati» (homens provados). “No rito latino há séculos de considerações e explicações que visam justificar o celibato obrigatório. As necessidades de nossas comunidades mostram que devemos continuar o diálogo”, disse.

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