O papa Francisco recebeu ontem (22), na sala Paulo VI do Vaticano, os membros da empresa Deloitte, uma das 4 maiores auditoras do mundo onde trabalham 350 mil pessoas, o que o papa definiu como “uma grande responsabilidade”.

“Atualmente, o mundo sofre com o agravamento das condições ambientais; muitas populações ou grupos sociais vivem de forma indigna em termos de alimentação, saúde, educação e outros direitos básicos”, lamentou o papa diante dos participantes do encontro da Deloitte Global.

Francisco destacou que “a humanidade está globalizada e interconectada, mas a pobreza, a injustiça e a desigualdade persistem”.

O papa perguntou então: “quais são as condições para que um conselheiro, um coordenador de conselheiros, um profissional com experiência ajude a investir ou pelo menos corrigir o rumo?”

1. Manter a consciência viva

“A primeira sugestão é manter viva a consciência de que você pode deixar sua marca”, disse o papa.

Ele disse ainda que isso "é um bom sinal, que vai na direção do desenvolvimento humano integral".

“Isso dá à sua organização e a cada um de vocês a capacidade de orientar eleições, influenciar critérios, avaliar prioridades para empresas, universidades, órgãos supranacionais, governos nacionais e locais e para formuladores de políticas”, disse

“Uma boa pergunta para avaliar o que funciona e o que não funciona seria: que tipo de mundo queremos deixar para nossos filhos e netos?”

2. Responsabilidade Cultural

O papa Francisco exortou os empresários a exercer sua responsabilidade cultural, “que também decorre da riqueza de inteligência e conexões que você tem à sua disposição”.

“Por responsabilidade cultural entendo duas coisas: garantir uma qualidade profissional adequada e também uma qualidade antropológica e ética que lhe permita sugerir respostas coerentes com a visão evangélica da economia e da sociedade, ou seja, com a Doutrina Social Católica”.

3. Valorizar a diversidade

"Nos últimos quinze anos o mundo passou por graves e contínuas crises".

Perante esta situação, incentivou a fazerem a seguinte pergunta: “O que o responsável por tomar decisões pode fazer neste contexto difícil e incerto? Podem fazer muito", disse.

“Pode apresentar suas análises e propostas de acordo com uma visão integral: de fato, o trabalho digno das pessoas, o cuidado da casa comum, o valor econômico e social, o impacto positivo nas comunidades são realidades interligadas”, disse ele.

“Espero que possam ajudar as organizações a responder a esse chamado. Têm as habilidades adequadas para colaborar na construção dessa ponte necessária entre o atual paradigma econômico, baseado no consumo excessivo e que vive a sua última fase, com o paradigma emergente, um paradigma estruturado na inclusão, sobriedade, cuidado e bem-estar”, disse.

Por fim, encorajou os presentes a ser "consultores integrais" e "a cooperar na reorientação do modo de ser deste nosso planeta que fizemos que fique doente no clima e na desigualdade", concluiu.

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