“Os passos dos missionários nesta terra não param por causa da violência”, disseram as missionárias combonianas de Moçambique, companheiras da irmã Maria de Coppi morta por radicais muçulmanos em carta ao papa Francisco.

A jornalista Eva Fernández, correspondente da rede espanhola de rádio COPE na Itália, entregou a carta ao papa Francisco junto com uma "capulana", um tecido típico de Moçambique com o qual normalmente são embrulhados os mortos antes de serem enterrados e também os recém-nascidos.

Com uma capulana parecida enterraram Maria de Coppi, freira italiana de 84 anos que foi morta em 6 de setembro quando os terroristas invadiram e queimaram a missão de Chipene, Moçambique, onde as religiosas acolhiam os deslocados que fugiam de grupos terroristas islâmicos. A irmã Maria De Coppi recebeu um tiro na cabeça e morreu na hora e as outras irmãs e dois missionários de Vêneto, Itália, padre Lorenzo Barro e padre Loris Vignadel, conseguiram escapar.

Na carta, que a jornalista entregou ao papa Francisco durante o voo de ida ao Cazaquistão, as missionárias dizem que este tecido “é um símbolo da vida do povo de Moçambique e de tantos povos da África. Pertence às mulheres, também às mais pobres, porque graças a este tecido cuidam da vida, do princípio ao fim”.

As irmãs também disseram que neste momento Moçambique “precisa ser protegido com a capulana da oração, da justiça, da proximidade e da solidariedade”.

“A morte de nossa irmã vai regenerar a vida missionária em Moçambique e em todo o mundo”, escreveram as freiras na carta entregue ao papa.

“Com imensa dor pelo assassinato da nossa irmã, Maria De Coppi, e pelo atentado à missão de Chipene no dia 6 de setembro, as Irmãs Missionárias Combonianas queremos reafirmar o nosso compromisso de permanecermos unidas na oração, na solidariedade e na Missão, justo quando o trabalho é mais difícil”, diz o texto.

Por fim, disseram que a morte de Maria de Coppi “se tornará uma semente que vai regenerar a vida missionária em Moçambique e no mundo”.

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