“Vocês que são estudantes, e o são, digamos, por estatuto, são também ‘estudantes’ da Palavra de Deus? Vocês dedicam parte de seu tempo à leitura da Bíblia, dos Evangelhos?”, perguntou o papa Francisco aos membros da Associação dos Estudantes Suíços que recebeu em audiência hoje.

“Vocês se sentem também pessoas que buscam a Deus? Vocês se sentem como discípulos de Jesus, ansiosos por ouvi-lo, interrogá-lo, meditar em suas palavras e ações?”, perguntou o papa aos presentes.

No seu discurso, o papa Francisco pediu aos estudantes que "agradeçam a Deus por esta oportunidade que lhes deu", já que o fato de poder estudar "não é algo que deva ser dado como certo".

“Sabemos muito bem que há muitas pessoas no mundo que não têm acesso à educação; e outras -especialmente mulheres- que devem se limitar apenas a níveis inferiores ou a certos tipos de estudos; e outras que são obrigados a receber educação”, disse o papa.

Francisco fez então uma proposta aos presentes: “que sua Associação se encarregue de algumas situações específicas para ajudar a tornar realidade o direito de estudar”.

“Fico contente em constatar que existe uma bela analogia entre ser estudantes e ser peregrinos. Estudar é um caminho. E a sua Associação nos lembra que somos estudantes, em certo sentido amplo, por toda a vida”, disse Francisco.

O papa disse que a educação "é tanto mais nobre e agradável quanto mais livre, gratuita e não limitada a uma utilidade".

“Ser estudante significa ter um desejo de aprender, de conhecer, de não se considerar já chegado. Estar a caminho. Ter o espírito do discípulo, sempre, em todas as idades”, destacou.

Francisco recordou que “Jesus Cristo é o maior educador da história”, pois “faz sair o novo homem do invólucro do velho homem”.

“Nos liberta da escravidão do ego e nos abre para a plenitude da vida em comunhão com Deus, com os outros, com as criaturas, e também com nós mesmos. Porque - como nos mostra muito bem Agostinho em suas Confissões - não estamos em paz conosco mesmos até que nos rendamos ao amor de Deus em Cristo Jesus”, disse.

“Isto significa ser peregrino: não se contentar em ‘viver’, mas querer viver”, concluiu Francisco.

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