"Albino Luciani nos ensinou através de seu testemunho como bispo, que tinha a peito a dimensão universal da Igreja, a importância do amor generoso e da obediência incondicional ao sucessor de Pedro, assim como o grande valor da unidade e da comunhão episcopal”, disse ontem o prefeito emérito da Congregação para o Clero, cardeal Beniamino Stella.

Stella, postulador da causa de beatificação do papa João Paulo I, falava durante entrevista coletiva para apresentação dos detalhes da cerimônia de beatificação do papa João Paulo I, que será celebrada pelo papa Francisco no próximo domingo, 4 de setembro.

A jornalista Stefania Falasca, vice-postuladora da causa, disse que o papa João Paulo I foi "um apóstolo do Concílio Vaticano II" e "o pontificado dele foi como a ponta de um iceberg".

A entrevista coletiva aconteceu na Sala de Imprensa da Santa Sé e contou com a presença diversas pessoas que conheceram João Paulo I, incluindo uma sobrinha.

A causa de beatificação aconteceu na diocese de Belluno, porque foi onde o papa João Paulo I nasceu e exerceu seu ministério sacerdotal e episcopal.

O cardeal Stella disse que conheceu Albino Luciani desde jovem. O futuro papa foi um exmplo para o cardeal de sacerdote: “um sacerdote que rezava, que vivia com pobreza e que se sentia bem com o povo”.

“A santidade do Papa Luciani é importante para a Igreja e para o mundo de hoje porque através de seu exemplo somos chamados de volta ao coração da vida cristã: à humildade e à bondade daqueles que sabem reconhecer-se como pecadores necessitados de misericórdia, daqueles que querem servir aos outros com generosa dedicação e boas obras, anunciando a alegria do Evangelho”, disse o cardeal Stella. "Luciani nos testemunha o rosto de uma Igreja humilde, operosa e serena, preocupada com o seguimento de seu Senhor".

Falasca informou que a relíquia que será entregue ao papa Francisco durante a cerimônia de beatificação “não será uma relíquia do corpo”, mas um texto que ele escreveu com um pequeno esboço sobre as três virtudes teologais.

Falasca desmentiu a tese de que o papa João Paulo I teria sido assassinado e acrescentou que os documentos médicos recolhidos para a causa dão mais provas disso. O boato do assassinato surgiu porque Luciani morreu 34 dias depois de ser eleito.

O padre argentino Juan José Dabusti descreveu a história do milagre atribuído à intercessão de João Paulo I em benefício de Candela Giarda, que sofria de síndrome epiléptica devido a infecção febril.

Dabusti que era devoto do papa Luciani desde jovem e, vendo que a saúde da menina piorava, rezou no hospital com a mãe de Giarda pela cura.

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