A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, disse que é “pecaminoso” limitar do aborto. A democrata da Califórnia é a católica em cargo mais alto dos EUA.

Falando em um painel sobre o Dia da Igualdade das Mulheres em 26 de agosto, Pelosi disse: "o fato de isso ser um ataque tão grande às mulheres de cor e às mulheres, às famílias de baixa renda, é simplesmente pecaminoso”.

“É errado que possam dizer às mulheres o que acham que as mulheres deveriam fazer com suas vidas e seus corpos. Mas a injustiça de tudo isso é pecaminosa”, acrescentou.

O catecismo da Igreja Católica ensina que “o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral”.

“A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção”, lê-se no Catecismo. “Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida”.

Fazer um aborto ou ajudar a alguém a fazê-lo é motivo de excomunhão automática.

“A Igreja não pretende, desse modo, restringir o campo da misericórdia”, diz o Catecismo, mas “simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade.”.

 

As declarações de Pelosi foram feitas numa visita ao campus da Universidade da Califórnia em Mission Bay, San Francisco, para uma "mesa redonda de saúde reprodutiva".

O painel comentou principalmente à decisão da Suprema Corte que anulou a sentença do caso  Roe x Wade, com a qual o aborto havia sido liberado no país em 1973.

"Encorajados pela Suprema Corte radical, os republicanos extremos do MAGA (Make America Great Again) estão infligindo uma dor inimaginável às mulheres e suas famílias", disse Pelosi. “Na verdade, atualmente as mulheres americanas não são tão livres quanto eram suas mães e avós”.

Depois de Pelosi, a deputada democrata Jackie Speier, que também se identifica como católica, disse: “O fato de agora termos um governo em nível federal que impõe a gravidez – uma gravidez forçada pelo governo – vai contra todas as liberdades pessoais sobre as quais o nosso país é construído”.

Speier, que também falou sobre o aborto que fez, disse ser a favor da ampliação do acesso às pílulas abortivas e da extensão do atual limite para o seu uso de dez semanas, estabelecido pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês).

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