O cardeal Jean-Claude Hollerich, relator-geral do Sínodo, esclareceu que acredita "firmemente na tradição da Igreja, e penso que o importante neste processo não é mudar a doutrina".

Hollerich falava na apresentação de hoje (26) da fase continental do Sínodo sobre a Sinodidade, sob o tema: "Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão".

Hollerich é arcebispo de Luxemburgo e relator-geral da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Nas perguntas e respostas da entrevista coletiva, perguntou-se ao cardeal sobre o sensus fidei e a posição da Igreja Católica em relação aos atos homossexuais.

Ele disse que é importante "escutar todos, escutar o sofrimento das pessoas" para chegar a uma mudança "não de doutrina, mas de atitude".

“Somos uma Igreja onde todos podem se sentir em casa. Não sou a favor de mudar nenhuma doutrina, sou a favor de uma Igreja onde todos possam se sentir bem-vindos”, disse ele

Hollerich também disse que "ser bem-vindo não significa que não possa haver discussões ou posições diferentes, mas se fecharmos a porta às pessoas, empurramos estas pessoas para fora da oração, e isso é algo que não queremos".

O cardeal expressou seu desejo de que essa mudança de atitude aconteça durante o processo sinodal, dizendo que está "aberto, estou ouvindo e não imponho nenhuma agenda".

Durante seu discurso, o cardeal disse que 98% das 114 Conferências Episcopais do mundo já contam com uma equipe sinodal, que deu origem a 100 sínteses com propostas de diversos países. “Estamos diante de um diálogo eclesial sem precedentes na história da Igreja, não só pelo número de respostas recebidas ou pelo número de pessoas envolvidas, mas também pela qualidade da participação”.

A entrevista coletiva também contou com a presença do cardeal Mario Grech, secretário-geral da Secretaria Geral do Sínodo, da irmã Nathalie Becquart, subsecretária da Secretaria Geral do Sínodo, e de dom Luis Marín de San Martín, subsecretário da Secretaria Geral do Sínodo.

A entrevista coletiva também teve a presença do padre Juan de la Cruz, consultor da Secretaria Geral do Sínodo e chefe do Grupo de Trabalho para a preparação do Documento para a Etapa Continental, e Susan Pascoe, copresidente do Grupo de Trabalho para a Etapa Continental, membro da Comissão de Metodologia.

"Estamos no início de um caminho eclesial que exige paciência, exige a consciência de que todos são chamados a participar, cada um segundo sua condição e função", disse Grech.

Confira também: