O embaixador da Ucrânia junto à Santa Sé criticou o papa Francisco por lamentar o atentado com carro-bomba que matou a filha de um pensador próximo ao presidente russo Vladimir Putin.

Na audiência geral de quarta-feira (24), o papa Francisco se referiu à morte de Darya Dugina, jornalista e comentarista política de 29 anos conhecida por seu apoio à invasão russa da Ucrânia, que morreu em 20 de agosto num atentado a bomba. Dugina era filha de Aleksandr Dugin.

“Penso naquela pobre garota explodida por uma bomba debaixo do assento do carro em Moscou. Os inocentes pagam pela guerra, os inocentes! Pensemos nesta realidade e digamos uns aos outros: a guerra é uma loucura,” disse o papa.

Andrii Yurash, embaixador da Ucrânia junto à Santa Sé, reclamou do papa Francisco no Twitter: “O discurso de hoje do Papa foi decepcionante e me fez pensar em muitas coisas: não se pode falar nas mesmas categorias sobre agressor e vítima, estuprador e estuprado; como é possível citar um dos ideólogos do imperialismo como vítima inocente? Ela foi morta pelos russos como vítima sagrada”.

A Rússia acusou os serviços especiais ucranianos pelo atentado. Oleksii Danylov, secretário do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, negou a alegação na segunda-feira.

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