O arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner, voltou a defender a ordenação de homens casados para o sacerdócio em entrevista ao portal católico suíço Kath.ch.

Respondendo se estava desapontado com o papa Francisco por não ele ter autorizado a ordenação sacerdotal dos chamados «viri probati» (homens provados), Steiner respondeu: “Haverá uma maneira. No rito latino há séculos de considerações e explicações que visam justificar o celibato obrigatório. As necessidades de nossas comunidades mostram que devemos continuar o diálogo”.

A ordenação de homens casados para a região amazônica foi pedida pelo documento final da Sínodo sobre a Amazônia, realizado no Vaticano em outubro de 2019. Depois de receber o documento, o papa publicou a exortação apostólica pós-sinodal Querida Amazônia, da qual não consta a abolição do celibato sacerdotal obrigatório.

Steiner está na Alemanha a caminho do Vaticano onde será criado cardeal no próximo sábado (27). O arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, também será criado cardeal.

Steiner apontou a necessidade de ordenar homens casados diante da carência de padres na região amazônica. “Como podemos responsabilizar-nos pelo facto de as nossas paróquias só serem visitadas duas vezes por ano por um sacerdote e poderem celebrar a Eucaristia, o Sacramento da Penitência e a Unção dos Enfermos?”, disse na entrevista.

“Os vários ministérios não ordenados são exercidos por leigos, mulheres e homens. Eles animam as comunidades. Não devemos privar as pessoas da vida sacramental”.

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