Em uma coluna publicada nesta segunda-feira, o vaticanista italiano do semanário L’Espresso, Sandro Magister, assinala que o Papa Bento XVI seria partidário de uma leitura renovada e sem distorções históricas do Concílio Vaticano II.

Segundo Magister "existe grande expectativa pelo que Bento XVI dirá na homilia da missa de 8 de dezembro em São Pedro, a quarenta anos exatos do fim do Concílio".

O vaticanista assinala que existem opiniões divididas sobre como ler o Concílio Vaticano II, e que tais divisões deram lugar a não poucas das tensões eclesiásticas atuais. A respeito, assinala que "em numerosas ocasiões Joseph Ratzinger mostrou que não compartilha" a visão de quem acredita que o Concílio deu início a um "espírito de reforma" que não se detém nunca e que rompe constantemente com a tradição da Igreja.

Magister prognostica que a homilia do Papa Bento "não enfrentará a questão da perspectiva histórica"; mas parte do que pensaria o Papa pode ser lido no recente ensaio de Walter Brandmüller, do Comitê de Ciências Históricas, publicado –não por acaso– no periódico da Conferência Episcopal Italiana, o jornal L’Avvenire.

Em seu artigo, Magister reproduz íntegras as palavras de Brandmüller, que demonstra –segundo o vaticanista– "a impossibilidade de sustentar histórica e teologicamente uma interpretação do Concílio Vaticano II "como um início totalmente novo, como se fosse o ‘superdogma’ que faz todo o resto irrelevante".

A íntegra do artigo de Magister pode ser lida em inglês em: www.chiesa.espressonline.it/index.jsp?eng=y