A Comissão Episcopal para a Vida, os Leigos e a Família da Conferência Episcopal da Argentina (CEA) repudia os quatro projetos de lei apresentados no Congresso para legalizar a eutanásia. “Estamos diante de uma nova manifestação da cultura da morte e do descarte e, ao mesmo tempo, diante de um povo que todos os dias clama pelo cuidado de sua vida e de necessidades tão importantes como saúde, trabalho, abrigo e terra”, diz comunicado divulgado em 18 de agosto da Comissão Episcopal para a Vida, os Leigos e a Família (CEVILAF).

"O Evangelho nos compromete a não ficar indiferentes às discussões sobre o início e o fim da vida", diz a comissão.

"Ainda que uma sociedade não possa eliminar o sofrimento, sempre pode se comprometer com todas as suas energias com a vida de quem sofre", diz o comunicado. A Argentina "tem uma rica história fazendo isso" com múltiplas alternativas "para acompanhar as dores físicas e espirituais com ciência e humanidade”.

O comunicado destaca ainda que “mesmo em casos de doenças sem cura, todos os pacientes devem ser cuidados e acompanhados para que sua vida seja respeitada até a morte natural. Não somos os donos da vida e é por isso que nos colocamos ao seu serviço”.

A CEVILAF pede a valorização dos “cuidados paliativos e integrais, que aliviam a dor na doença grave e ajudam quem sofre e dá muito fruto na pessoa humana e na sua família”.

“É fundamental acompanhar a angústia de quem sofre, sua dor física e espiritual. A natureza da medicina é curar, mas também aliviar e humanizar o processo da morte. Tirar a vida não é uma forma de aliviar o sofrimento. O cuidado com a vida e a proposta de servi-la em todos os momentos é nossa missão, cada um a partir de seu lugar de compromisso e testemunho crente”, afirmou.

O comunicado diz que “toda a vida vale a pena” e lembra que o país está saindo “de uma pandemia onde vimos e vemos profissionais de saúde assumindo a dor e o sofrimento de tantos homens e mulheres, doentes e moribundos. Nós os ouvimos chorar pela perda de uma vida pela qual eles se entregaram incansavelmente".

“Por respeito à vida que nos vem de Deus e da qual não somos donos, por consideração a tantas pessoas que se comprometeram a cuidar da vida como profissionais de saúde, por respeito a quem não está aqui e morreram nestes anos. Pedimos a Deus que em nossa amada pátria não haja espaço para leis que deixem os que mais sofrem à beira da estrada e excluam da mesa da vida aqueles que mais sofrem”, conclui o comunicado.

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