O papa Francisco deu seis exemplos de gestos diários de amor que os fiéis podem fazer para chegar ao céu, seguindo o chamado de Cristo para se esforçar para “entrar pela porta estreita” da salvação.

Em suas palavras antes da oração do Ângelus hoje (21), Francisco refletiu sobre a leitura do evangelho do dia, na qual um homem pergunta a Jesus se são poucas as pessoas que serão salvas. "O Senhor responde: Façam todo esforço possível para entrar pela porta estreita'", recordou o papa.

O papa Francisco disse que “a porta estreita é uma imagem que poderia nos assustar, como se a salvação fosse destinada apenas a poucos eleitos ou aos perfeitos”.

“Mas isso contradiz o que Jesus ensinou em muitas ocasiões; e de fato, um pouco mais adiante, Ele afirma: ‘Muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus’. Portanto, essa porta é estreita, mas está aberta para todos”, afirmou Francisco.

O papa declarou que quando Cristo diz que Ele é a porta, quer dizer que a vida do cristão deve ser moldada de acordo com Jesus e seu Evangelho. "Não o que pensamos, mas o que Ele nos diz".

“Portanto, se trata de uma porta estreita não porque seja destinada a poucos, mas porque ser de Jesus significa segui-lo, comprometer a vida no amor, no serviço e no dom de si como Ele fez, que passou pela porta estreita da cruz”, afirmou o papa.

Segundo ele, "entrar no projeto de vida que Deus nos propõe requer restringir o espaço do egoísmo, reduzir a presunção de autossuficiência, baixar a estatura da soberba e do orgulho, vencer a preguiça para atravessar o risco do amor, mesmo quando envolve a cruz".

O papa Francisco deu aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro seis exemplos de "gestos de amor diários" que, realizados com esforço, ajudam a entrar no céu pela porta estreita: “nos pais que se dedicam aos filhos fazendo sacrifícios e abrindo mão do tempo para si mesmos; nos que cuidam dos outros e não apenas dos próprios interesses, quantas pessoas são assim, boas; nos que se dedicam ao serviço dos idosos, dos mais pobres e dos mais frágeis; nos que trabalham com afinco, suportando dificuldades e talvez incompreensões; nos que sofrem por causa da fé, mas continuam rezando e amando; nos que, em vez de seguir seus instintos, respondem ao mal com o bem, encontram a força para perdoar e a coragem para recomeçar”.

O papa Francisco disse que estes “são alguns exemplos de pessoas que não escolhem a porta larga de seu próprio conforto, mas a porta estreita de Jesus, de uma vida passada no amor”. “Estes, diz hoje o Senhor, serão reconhecidos pelo Pai muito mais do que aqueles que acreditam que já foram salvos e, na realidade, são ‘trabalhadores da injustiça’”, disse o papa.

Francisco encerrou sua reflexão com as seguintes perguntas: “de que lado queremos estar? Preferimos o caminho fácil de pensar apenas em nós mesmos ou da porta estreita do Evangelho, que coloca em crise o nosso egoísmo, mas nos torna capazes de acolher a verdadeira vida que vem de Deus e nos torna felizes? De que lado estamos?”.

"Nossa Senhora, que seguiu Jesus até a cruz, nos ajude a medir nossa vida Nele, para entrar na vida plena e eterna”, concluiu o papa.

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