O arcebispo de Urgel, Espanha, dom Joan Enric Vives, disse que as conclusões do Sínodo da Sinodalidade em sua diocese pedem para a Igreja “refletir sobre novas formas de lidar com a sexualidade e o celibato dos sacerdotes”.

Os participantes da primeira fase do Sínodo em Urgel, “mais de 900”, segundo o arcebispo, também exigem “mais corresponsabilidade e uma maior presença das mulheres nos lugares de decisão e de ensino”.

Dom Vives resume no folheto dominical diocesano que o processo de consulta sinodal também abordou temas como a necessidade de uma maior “corresponsabilidade laical” e “formação integral de todos os agentes pastorais, incluindo os sacerdotes”.

Os participantes, com idade média de quase 50 anos, também destacaram o "pouco envolvimento das comunidades cristãs", razão pela qual apelam a "incentivar o encontro, o contato, a comunicação e o conhecimento pessoal" para estabelecer "vínculos de ajuda e apoio mútuo".

"O mais importante do Sínodo foi escutar-nos e pode-se dizer que em boa parte isso aconteceu” disse o arcebispo. “A fase diocesana do Sínodo foi uma oportunidade de encontro "com uma atitude de participação, partilhando sobretudo as atitudes e os conteúdos da fé".

Vives destaca que os grandes desafios para a comunidade cristã identificados no processo sinodal são “o imprescindível rejuvenescimento, a fidelidade ao essencial, que seja profetisa corajosa e evangélica, descentralizada e mais participativa”.

É também desafio da comunidade cristã “criar pontes de relacionamento e comunicação com a sociedade, a política, a cultura e a expressão artística”.

O que é o Sínodo da Sinodalidade?

A fase finadl do Sínodo dos Bispos, cujo tema é “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, será em outubro de 2023 no Vaticano.

Ao inaugurar os trabalhos do Sínodo da Sinodalidade em 10 de outubro de 2021, o papa Francisco disse que "o sínodo é um caminho de discernimento espiritual, de discernimento eclesial, que se realiza em adoração, em oração, em contato com a Palavra de Deus".

A preparação para o Sínodo tem três etapas: um nível diocesano, um nível continental e o da "Igreja Universal"

Esta última etapa acontecerá quando a secretaria geral do Sínodo enviar aos participantes da Assembleia Sinodal, que se reunirá no Vaticano em outubro de 2023, o texto do segundo Instrumentum Laboris, ou documento de trabalho do Sínodo.

Este segundo instrumento de trabalho será debatido pelos padres sinodais na assembleia sinodal em outubro de 2023.

Ao concluir os debates, os padres sinodais apresentarão um documento final ao papa Francisco.

Polêmica no Sínodo

Uma das polêmicas que acompanhou o processo do Sínodo da Sinodidade ocorreu na Espanha, onde as arquidioceses de Barcelona e Saragoça incluíram entre suas propostas a abolição do celibato sacerdotal e que as mulheres tenham acesso ao sacerdócio.

Na síntese final da fase diocesana do Sínodo da Sinodidade, que terminou em 11 de junho, feita pela Conferência Episcopal Espanhola, consta que "embora sejam questões levantadas apenas em algumas dioceses e, nelas, por um número reduzido de grupos ou indivíduos, achamos conveniente incorporar nesta síntese, pela sua relevância no imprescindível diálogo eclesial e com os nossos concidadãos, o pedido que formulam sobre a necessidade de discernir com maior profundidade a questão do celibato facultativo no caso dos sacerdotes e da ordenação de casados; em menor medida, surgiu também o tema da ordenação de mulheres”.

A síntese da Conferência Episcopal Espanhola irá a Roma para ser incluída nos trabalhos anteriores do Sínodo da Sinodalidade.

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