O bispo emérito de Hong Kong, cardeal Joseph Zen Ze-kiun, e outras quatro pessoas serão julgados em 19 setembro pela acusação de não registrar corretamente um fundo de ajuda para pagar despesas judiciais de ativistas pró-democracia de Hong Kong processados pelo governo comunista de Pequim, segundo Hong Kong Free Press, um website de notícias independente.

O cardeal Zen, de 90 anos, foi preso e libertado horas depois no dia 11 de maio de 2022 sob a lei de segurança nacional da China, que permitiu a prisão de ativistas pró-democracia e jornalistas de Hong Kong, muitos deles católicos.

Hong Kong é uma região administrativa especial da China. Os habitantes de Hong Kong desfrutam de liberdade de culto e evangelização, ao contrário da China, onde a perseguição contra os cristãos dura décadas.

Pequim vem diminuindo as liberdades de Hong Kong. Milhões de cidadãos de Hong Kong, incluindo muitos católicos, participaram nos últimos anos de protestos pró-democracia em larga escala em Hong Kong, que chegaram ao auge no verão de 2019. Em 2020, uma ampla Lei de Segurança Nacional entrou em vigor criminalizando várias atividades antes legais.

Em 24 de maio, Zen e outras quatro pessoas foram acusadas por um tribunal de Hong Kong de não registrar corretamente o Fundo de Ajuda Humanitária 612, criado para ajudar manifestantes pró-democracia em protestos contra o governo em 2019. O fundo foi dissolvido pelo governo chinês no ano passado. Se condenados, cada réu pode receber multa de cerca de US$ 1,75 mil.

“O martírio é normal em nossa Igreja”, disse Zen. “Talvez não tenhamos que fazer isso, mas talvez tenhamos que suportar alguma dor e nos fortalecer por nossa lealdade à nossa fé”.

Figuras católicas pró-democracia como o cardeal Zen, o empresário dos meios de comunicação Jimmy Lai e o advogado Martin Lee chamaram a atenção da mídia por terem sido presos pelas autoridades chinesas.

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