O papa Francisco disse no sábado (30) que “não é uma catástrofe” considerar “a possibilidade de se afastar” e deixar o pontificado.

Respondendo à jornalista mexicana Valentina Alazraki sobre suas futuras viagens e as "limitações" de sua saúde, na entrevista coletiva no voo de volta de sua viagem apostólica ao Canadá, Francisco disse que "acho que não posso ir no mesmo ritmo das viagens de antes”.

“Penso que na minha idade e com esta limitação tenho que economizar um pouco para poder servir à Igreja. Ademais, pelo contrário, posso pensar na possibilidade de colocar-me de lado”, disse.

“Não há nada de estranho nisso, não é uma catástrofe”, destacou, acrescentando que “se pode mudar o papa, se pode mudar, sem problemas. Mas eu acho que tenho que me limitar um pouco com estes esforços”.

Sobre a possibilidade de uma “intervenção cirúrgica” no joelho, Francisco disse que “não se terá, no meu caso. Os técnicos dizem que sim, mas há todo o problema da anestesia”.

“Eu passei por mais de seis horas de anestesia há dez meses e ainda há vestígios. Não se brinca com anestesia”, disse o papa.

“É por isso que se pensa que não é totalmente conveniente. Tentarei continuar viajando e estar perto das pessoas porque acredito que seja uma forma de servir: a proximidade”.

Na pergunta seguinte, o papa Francisco disse que está disponível para “o que o Senhor diz. O Senhor pode dizer renuncie. É o Senhor quem comanda".

Para Francisco, “o modo de vida religioso de um jesuíta” implica “estar em discernimento espiritual para tomar decisões, escolher um caminho de trabalho, de compromisso também”.

“O discernimento é a chave na vocação do jesuíta. Isto é importante. Santo Inácio foi muito bom nisso porque foi sua própria experiência de discernimento espiritual que o levou à conversão”.

“O jesuíta deve ser por vocação um homem de discernimento: discernir situações, discernir a própria consciência, discernir as decisões a serem tomadas. É por isso que ele deve estar aberto a tudo o que o Senhor lhe pedir, esta é um pouco a nossa espiritualidade”, disse.

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