Na entrevista coletiva no voo de volta do Canadá a Roma, o papa Francisco disse que houve um "genocídio" nas escolas residenciais do país norte-americano.

A jornalista canadense Brittany Hobson perguntou ao papa Francisco por que ele não usou a palavra "genocídio" em seus vários pedidos de perdão aos povos indígenas do Canadá, que sofreram excessos e até mesmo abusos em escolas residenciais, algumas das quais administradas pela Igreja Católica.

“Aqueles que ouviram seu pedido de perdão nos últimos dias expressaram seu desapontamento pelo fato de a palavra genocídio não ter sido usada. O senhor usaria estas palavras para dizer que membros da Igreja participaram de um genocídio?”, perguntou Hobson.

“É verdade, não usei a palavra porque não me veio em mente, mas descrevi o genocídio e pedi perdão, perdão, por este ‘trabalho’ que é genocida”, disse Francisco.

“Por exemplo, condenei isto também: tirar as crianças, mudar a cultura, mudar as mentes, mudar as tradições, mudar uma raça - digamos - uma cultura inteira. Sim, é uma palavra técnica genocídio, eu não a usei porque não me veio em mente, mas eu descrevi... é verdade, sim, é um genocídio”, disse o papa Francisco.

“Não se preocupe, você pode relatar que eu disse que foi genocídio”, concluiu Francisco.

Francisco chegou ao Canadá no domingo (24) para uma visita que chamou de “peregrinação penitencial”, com o objetivo de pedir perdão pelo mau comportamento que “tantos cristãos” tiveram contra os indígenas em escolas residenciais.

As escolas residenciais eram um programa do governo canadense que separava as crianças indígenas de suas famílias, para serem assimiladas na cultura ocidental, separando-as de suas raízes nativas.

Várias dessas escolas foram administradas por congregações religiosas católicas. Estima-se que havia aproximadamente 150 desses centros em todo o país.

Durante sua viagem, o papa Francisco pediu perdão pelos excessos aos diferentes grupos indígenas que encontrou.

Confira também: