"Tive boas relações humanas com o povo cubano e também confesso: com Raúl Castro tenho uma relação humana", disse o papa Francisco em entrevista transmitida ontem (12).

Em declarações às jornalistas María Antonieta Collins e Valentina Alazraki, o papa demostrou sua proximidade com Cuba: "Eu amo muito o povo cubano, eu os amo muito", disse.

"Fiquei feliz quando se obteve aquele pequeno acordo com os Estados Unidos, que o presidente [Barack] Obama queria na época, e Raúl Castro aceitou e foi um bom passo em frente, mas agora parou", disse Francisco.

O papa afirmou que, “no momento, estão sendo realizados diálogos de votação para encurtar a distância. Cuba é um símbolo, Cuba tem uma grande história, sinto-me muito próximo, até dos bispos cubanos”.

Perguntado sobre as pessoas que “o acusam de ser comunista”, Francisco disse que existem “certos meios de comunicação altamente ideológicos que se dedicam a ideologizar a posição dos outros”.

“Às vezes eles não sabem distinguir o que é comunismo do que é nazismo, do que é populismo, do que é popularismo”, disse o papa.

"Quando me acusam de comunismo, digo: 'Como isso está ultrapassado'. Essas acusações já passaram, eu as vejo ultrapassadas, mas não me preocupam. São pequenos grupos ideologizados que fazem isso”, disse Francisco.

As declarações do papa Francisco foram divulgadas no momento em que faz um ano das manifestações pacíficas em Cuba de 11 de julho de 2021, quando multidões saíram às ruas de todo o país exigindo o fim da ditadura comunista que governa a ilha há muito tempo e que foi imposta por Fidel Castro, morto em 2016.

O atual presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que sucedeu Raúl Castro em 2019, reprimiu violentamente as manifestações e deteve centenas de presos políticos.

Segundo denunciou o Movimento Cristão Libertação (MCL), cerca de 700 pessoas que participaram das manifestações continuam sendo presas sem o devido processo na ilha.

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