“Peçamos a ele para ver e sentir compaixão. Esta é uma graça, devemos pedi-la ao Senhor: ‘Senhor, que eu veja, que eu sinta compaixão, como Tu me vês e Tu sentes compaixão de mim’”, disse o papa Francisco antes de rezar o Ângelus de hoje (10), diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro.

"Esta é a oração que vos sugiro hoje (...). Que sintamos compaixão daqueles que encontramos ao longo do caminho, especialmente aqueles que sofrem e estão necessitados, para nos aproximarmos e fazer o que pudermos para dar uma mão”.

Francisco falou sobre a parábola do Bom Samaritano, recordando que um samaritano socorre um homem que foi assaltado e espancado, e que antes havia sido ignorado por um sacerdote e um levita.

Na parábola, o crente pode reconhecer que é “um viajante, alguém que está a caminho, que procura seguir os passos de Cristo”, o Bom Samaritano.

Esta passagem do Evangelho, destacou Francisco, “ensina-nos a seguir Jesus, porque seguir Jesus ensina-nos a ter compaixão: estar atentos aos outros, especialmente aos que sofrem, aos que mais precisam. E intervir como o samaritano, não seguir em frente, mas parar”.

Como nesta parábola, não é necessário procurar “culpados”, mas “reconhecer quando fomos indiferentes e nos justificamos, mas não nos detenhamos aí. Devemos reconhecer, isso é um erro. Mas peçamos ao Senhor que nos faça sair da nossa indiferença egoísta e nos coloque no Caminho”.

Francisco depois questionou os cristãos que dão esmolas sem tocar nas mãos ou ver os olhos de quem a recebe.

“Se tu dás a esmola sem tocar a realidade, sem olhar nos olhos da pessoa necessitada, aquela esmola é para ti, não para ele. Pense nisso. Eu toco as misérias - também aquela miséria que eu ajudo -, eu olho nos olhos das pessoas que sofrem, das pessoas as quais eu ajudo? Deixo-vos esse pensamento. Ver e ter compaixão!”.

“Que a Virgem Maria nos acompanhe neste caminho de crescimento. Ela, que ‘nos mostra o Caminho’, isto é, Jesus, também nos ajude a ser cada vez mais ‘discípulos do Caminho’", concluiu o papa Francisco.

Evangelho de hoje

Lucas 10, 25-37

Naquele tempo, um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?”

Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!”

Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”.

Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”

Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu na mão de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora, deixando-o quase morto.

Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado.

O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.

Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’”.

E Jesus perguntou: “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.

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