"Duas mulheres serão nomeadas pela primeira vez para a comissão para eleger bispos na Congregação para os Bispos", disse o papa Francisco em entrevista à agência de notícias Reuters.

Na entrevista de 2 de julho no Vaticano, o papa não falou quem são as mulheres nem quando serão nomeadas oficialmente, ele só disse que está "aberto para que seja dada a oportunidade" e que queria abrir as coisas "um pouco".

A Congregação para os Bispos mudou de nome para Dicastério para os Bispos, segundo a nova constituição da Cúria Romana do papa Francisco Praedicate Evangelium (Pregar o Evangelho). O documento estabelece que qualquer fiel pode dirigir um dicastério, “dada sua competência particular, poder de governo e função”.

O Dicastério para os Bispos participa do processo de escolha dos bispos. A decisão final cabe ao papa, e ele é livre para escolher quem quiser. Normalmente, o representante do papa em um país, o núncio apostólico, transmite as recomendações e documentação à Santa Sé.

Depois disso, o Dicastério dos Bispos discute a nomeação em um processo posterior e vota. Uma vez apresentadas as recomendações, o papa toma a decisão final.

O papa Francisco já nomeou várias mulheres para os departamentos da Santa Sé.

No ano passado, Francisco nomeou a irmã Raffaella Petrini como secretária-geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano

Em fevereiro de 2021, o papa nomeou a irmã Nathalie Becquart como subsecretária do Sínodo dos Bispos. Trabalhando com e sob o comando do cardeal Mario Grech, a freira francesa tem ajudado a preparar o Sínodo sobre a sinodalidade, programado para outubro de 2022.

Segundo o cardeal Grech, Becquart votará nos próximos sínodos junto com outros membros com direito a voto, que são bispos, padres e alguns religiosos.

Além disso, em agosto de 2021, Francisco nomeou a economista e freira italiana Alessandra Smerilli como secretária do escritório de desenvolvimento social da Santa Sé.

A freira salesiana é economista e professora. Foi uma das principais organizadoras do evento Economia de Francisco 2020.

Entre as mulheres leigas que ocupam cargos importantes estão Barbara Jatta, casada e mãe de três filhos, diretora do Museu Vaticano; Nataša Govekar, diretora da Direção teológica-pastoral do Dicastério para a Comunicação; a brasileira Cristiane Murray, vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé; e Francesca di Giovanni, subsecretária da Seção da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados e as organizações internacionais.

Desde 2019, Smerilli também é conselheira do Estado da Cidade do Vaticano e consultora da secretaria do Sínodo dos Bispos.

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