O papa Francisco enumerou três perspectivas ecumênicas “em direção à comunhão plena”: batismal, pastoral e local.

O papa recebeu hoje (23), no Vaticano, os membros da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais. Em seu discurso, lembrou o trabalho dos presentes sobre os sacramentos, “um documento que demonstra a existência de um amplo consenso e que, com a ajuda de Deus, poderá marcar um novo passo em direção à comunhão plena”.

Francisco disse que "o ecumenismo é essencialmente batismal". “É no Batismo que se encontra a base da comunhão entre os cristãos e o anseio pela plena unidade visível", afirmou.

Disse também que o ecumenismo "sempre tem um caráter pastoral" e que "já foram assinados acordos pastorais com algumas Igrejas Ortodoxas Orientais, que permitem aos fiéis 'compartilhar os meios da graça'".

Além disso, o papa pediu “que o Espírito Santo nos inspire com formas para seguir em frente nesse caminho, que olha para o bem das pessoas, o bem das almas, o bem do povo de Deus, o nosso todo, e não para distinções morais ou teológicas ou ideológicas”.

Francisco também destacou que “o ecumenismo já existe como realidade, sobretudo local”. "Muitos fiéis, penso sobretudo nos do Oriente Médio, mas também nos que emigraram para o Ocidente, já vivem o ecumenismo da vida no cotidiano de suas famílias, de seu trabalho, de encontros cotidianos", disse.

“Muitas vezes experimentam juntos o ecumenismo do sofrimento, no testemunho comum do nome de Cristo, às vezes até às custas da própria vida”, continuou.

O papa também destacou que “o ecumenismo teológico deve refletir não apenas sobre as diferenças dogmáticas que surgiram no passado, mas também sobre a experiência atual de nossos fiéis”.

“Este é o caminho, encontrar-se fraternalmente para se ouvir, compartilhar e caminhar juntos. É o ecumenismo do caminhar juntos que se faz caminhando, não só com ideias: se faz caminhando”, afirmou o papa.

“É bonito envolver na aproximação de nossas Igrejas as gerações mais jovens, atuantes nas comunidades locais, para que o diálogo sobre a doutrina caminhe junto com o diálogo da vida”, disse.

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