O delegado de ecumenismo do Arcebispado de Barcelona, Dom Jaume González-Agápito, criticou a estranheza, o folclorismo e superficialidade de algumas propostas do recém encerrado Parlamento das Religiões do Mundo celebrado na capital catalã no marco do  Fórum das Culturas Barcelona 2004.

Ao referir-se às jornadas do Parlamento realizadas desde o dia 7 de julho, Dom González-Agápito criticou que “o exotismo, o folclorismo pitoresco e a superficialidade de algumas propostas predominem sobre a realidade religiosa e o  diálogo em profundidade nos âmbitos ecumênico e inter-religioso”.

O delegado de ecumenismo realizou estas declarações na Catalunha  Cristã, semanário oficioso do Arcebispado.

Dom González-Agápito expressou também ao jornal  La Vanguardia algumas de suas discrepâncias: “O Fórum de les Cultures optou por reduzir a presença da religião, apesar de que a dimensão religiosa constitui um elemento configurador de toda cultura, exclusivamente à semana que dura o Parlament de les Religions”.

“Além disso, a organização do Parlament de les Religions em Barcelona recaiu na  Associació Unesco per al Diàleg Interreligiós com poder decisivo último, e não nas próprias confissões religiosas”, acrescentou o funcionário arquidiocesano.

Dom. Jaume González-Agápito explicou as dificuldades experimentadas entre o Arcebispado de Barcelona, e também das diversas confissões religiosas, com os responsáveis do Fórum e da associação Unesco.

“As iniciativas das confissões cristãs e os projetos interconfessionais não encontraram toda a acolhida que cabia esperar. O Arcebispado não viu aceitos quase nenhum dos projetos que havia apresentado. Foi rejeitada, por exemplo, uma exposição sobre a Bíblia que se pretendia fazer conjuntamente com os protestantes e com a abadia de Montserrat”.

Igualmente, Dom González-Agápito criticou o livro que o Fórum  publicou sobre as religiões. “É um livro muito decepcionante. Começa falando do chamanismo, que é uma crença que em Barcelona deve reunir poucos quantos seguidores. A informação que oferece do catolicismo é muito escassa, apesar de ser a confissão da maioria. E o que se diz dos protestantes e dos ortodoxos é de pouca qualidade”.