O arcebispo de Braga, dom José Cordeiro, celebra hoje (24) a bênção da primeira pedra da igreja abacial do mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, o primeiro mosteiro trapista de Portugal. Para a superiora da comunidade, irmã Guisy Maffini, este gesto representa a entrega desta obra a Deus e a pertença das religiosas à vida monástica.

O mosteiro fica em Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, no território da diocese de Bragança-Miranda. É uma fundação do mosteiro de Vitorchiano, na Itália, pertencente à Ordem Cisterciense da Estrita Observância (OCSO), os trapistas.

Além do arcebispo de Braga, a cerimônia conta com a participação dos representantes das dioceses da Província Eclesiástica de Braga, isto é, os bispos de Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Coimbra, Viseu, Lamego, Vila Real e o administrador diocesano de Bragança-Miranda.

Em entrevista à Rádio Renascença, a superiora da comunidade monástica, irmã Maffini afirmou que “a bênção da primeira pedra tem o sentido de entregar a Deus esta obra que é sua e de pôr no seu cerne, nas suas raízes, a nossa pertença à Igreja monástica cisterciense”.

A primeira pedra ficará sob o altar da futura igreja abacial e é proveniente de Vitorchiano, Itália. Irmã Maffini contou que foi escavado um buraco na pedra e, em seu interior, foi colocado um papel assinado pelas 80 monjas fundadoras da comunidade de Vitorchiano. Com isso, disse, “no coração desta casa de Deus, que é o mosteiro, fica a história da nossa comunidade de origem e o seu compromisso com a Igreja portuguesa”.

A Ordem Cisterciense da Estrita Observância segue a Regra de São Bento. Nasceu da reforma do século XVII, iniciada por Armand de Rancé, abade da comunidade cisterciense de La Trappe, na França, de onde vem a origem do nome trapistas.

Segundo o site das trapistas de Palaçoulo, em 2006, dom José Cordeiro, então bispo de Bragança-Miranda, entrou em contato com a comunidade de Vitorchiano informando sobre a disponibilidade de acolher um mosteiro trapista em sua diocese. Em 2017, a freguesia de Palaçoulo cedeu um terreno de cerca de 28 hectares para a construção do mosteiro e da hospedaria.

“A coincidência deste dom com o ano centenário das aparições de Fátima foi, para nós, um sinal da vontade de Deus, que foi então confirmada, em setembro, pela aprovação que o Capítulo Geral da nossa Ordem deu ao projeto de fundação”, afirma o site das monjas.

O projeto arquitetônico do mosteiro foi confiado a uma equipe de arquitetos portugueses, que o desenvolveram a partir da hospedaria. Desde outubro de 2020, dez monjas vivem nesta hospedaria. A previsão é de que as obras do mosteiro estejam concluídas antes da Jornada Mundial da Juventude de 2023.

A superiora da comunidade disse a Rádio Renascença que as monjas querem “ser as pequenas pedras vivas que se pretendem enraizar aqui, por amor a Jesus e à Sua Igreja; e por gratidão, pelo muito que temos recebido na nossa vida e na nossa vocação”.

Além disso, declarou que pretendem “abrir o caminho para que esta realidade se torne sempre mais portuguesa, com vocações desta terra e deste belo país. Queira Deus responder com a sua graça”.

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