O arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer, afirmou que o Espírito Santo “é o verdadeiro animador e guia” do primeiro sínodo arquidiocesano que foi aberto no sábado (7). Segundo o cardeal, será o Espírito Santo “quem suscitará os frutos do sínodo a seu tempo, se formos fiéis e dóceis a suas inspirações”. “Por isso, nós o invocamos com fé e fervor nessa abertura da assembleia sinodal e o invocaremos a cada sessão da assembleia”, declarou.

O sínodo arquidiocesano foi convocado por dom Odlio Scherer em 2017, mas teve que ser interrompido em 2020 devido às medidas impostas contra a pandemia de covid-19. A celebração de sábado, na catedral de São Paulo, marcou a retomada das atividades.

“Nosso sínodo é um chamado à sincera e humilde escuta de Deus, na disponibilidade para acolher o que o Espírito diz à nossa igreja em São Paulo. Queremos levar a sério a Palavra de Deus e a missão que Jesus Cristo confiou à sua Igreja e hoje confia a nós. Queremos levar a sério a palavra da Igreja que, há tempos e de muitas maneiras, nos chama a discernir os sinais dos tempos e a perceber o que Deus está a nos dizer através das circunstâncias que hoje nós vivemos. Queremos estar atentos à voz do Espírito que nos fala através da realidade eclesial, religiosa, social e cultural de nossa cidade”, disse dom Odilo.

A assembleia sinodal de São Paulo tem como tema “Sínodo da arquidiocese de São Paulo: caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” e lema, “Deus habita esta cidade: somos suas testemunhas”.

Dom Odilo recordou que foi feita “uma longa preparação para chegarmos até este momento”. Após a convocação do sínodo em 2017, aconteceram etapas nas paróquias, em 2018, e nos vicariatos episcopais e ambientais, em 2019. “Nos dois primeiros anos do sínodo, nos perguntamos como estamos em nossa arquidiocese. Foi uma tomada de consciência muito importante sobre o conjunto da vida e da nossa arquidiocese. Os dois anos de pandemia, em seguida, nos fizeram rezar mais e perceber que ninguém se salva sozinho”, disse e acrescentou que “todos precisamos uns dos outros, também na Igreja, e percebemos que o melhor é caminharmos juntos”.

Esta nova fase do sínodo arquidiocesano acontecerá em sete sessões, com a participação de cerca de 400 membros convocados, representando as mais diversas expressões e organizações da vida eclesial e pastoral da arquidiocese: clero, leigos, religiosos e organismos eclesiais e pastorais arquidiocesanos.

Segundo artigo de dom Odilo publicado no site ‘O São Paulo’, a primeira sessão será em 4 de junho, com apresentação do relatório do sínodo. A segunda será em 2 de julho, com foco no “discernimento sobre a realidade social, econômica, política e cultura da cidade de São Paulo”. No dia 6 de agosto, a terceira sessão “será dedicada ao discernimento sobre a realidade eclesial e os principais desafios à comunhão, conversão e renovação missionária da Igreja na arquidiocese”. A quarta sessão será em 3 de setembro, sobre a “renovação missionária da Igreja”. Na quinta sessão, em 1º de outubro, “as comissões temáticas da assembleia deverão apresentar as propostas elaboradas, em vista das conclusões sinodais”. No dia 5 de novembro, acontece a sexta sessão, quando “as propostas das comissões temáticas serão amadurecidas em plenário e submetidas a uma primeira votação”. Por fim, em 3 de dezembro, na sétima sessão, “será apresentado e submetido ao consenso do plenário o relatório final das propostas” do sínodo. A conclusão acontecerá com uma celebração arquidiocesana em 25 de março de 2023.

Durante a celebração de abertura no sábado, dom Odilo afirmou que, “após a conclusão do sínodo arquidiocesano, as propostas sinodais elaboradas pela assembleia deverão nortear a renovação dos planos e orientações pastorais e administrativas nos variados campos da vida e da ação da nossa Igreja, em vista da realização da nossa missão sempre em comunhão e espírito sinodal”.

Mas, o arcebispo destacou que o sínodo “não se traduzirá imediatamente em efeitos instantâneos e automáticos”. “O que esperamos é que ele possa desencadear processos que levem, com o passar do tempo, a produzir frutos de comunhão, conversão e renovação missionária consistentes”, disse.

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