O papa Francisco convidou os institutos de vida consagrada a promover a arte e a cultura a serviço da fé, em uma mensagem aos participantes da conferência "Carisma e criatividade - Catalogação, gestão e projetos inovadores para o patrimônio cultural das comunidades de vida consagrada". O evento é organizado pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e o Pontifício Conselho para Cultura, acontece entre hoje (4) e amanhã (5).

O papa Francisco recordou que, desde o início do seu pontificado, tem “chamado a atenção para a gestão dos bens temporais eclesiásticos", para que a Igreja "esteja consciente da sua responsabilidade de proteger e administrar cuidadosamente os seus próprios bens, à luz da sua missão evangelizadora e com particular solicitude pelos necessitados”.

Francisco disse que “os Institutos de vida consagrada e as sociedades de vida apostólica, de fato, têm sido e continuam sendo promotores de arte e cultura a serviço da fé, guardiães de uma parte muito significativa do patrimônio cultural da Igreja e da humanidade".

O papa Francisco também falou que o valor que esses institutos assumem "consiste essencialmente em sua capacidade de transmitir um significado religioso, espiritual e cultural que, para o patrimônio cultural dos institutos de vida consagrada, consiste sobretudo no reconhecimento da relação que eles têm com a história, a espiritualidade e as tradições das comunidades específicas, na prática com seu carisma”.

Da mesma forma, Francisco afirmou que “o peso da conservação, pode se tornar uma oportunidade para renovar, repensar o próprio carisma, recompô-lo no atual contexto sócio-cultural e planejá-lo para o futuro”.

Destacou ainda a importância da catalogação, “necessária por razões de serviço à cultura, transparência de gestão e prudência, considerando os milhares de perigos naturais e humanos aos quais esses frágeis tesouros estão expostos”.

O papa Francisco também mencionou as vantagens da tecnologia e encorajou “abordar as questões envolvidas na gestão dos bens culturais, tanto em termos de sua sustentabilidade econômica quanto da contribuição que podem dar à evangelização e ao aprofundamento da fé”.

Reutilizar imóveis abandonados

“É preciso apostar na reutilização de bens imóveis abandonados, uma necessidade que hoje é ainda mais urgente devido não só à contração numérica das comunidades de vida consagrada e a necessidade de encontrar os recursos necessários para cuidar das irmãs e dos irmãos idosos e doentes, mas também, em particular, os efeitos da aceleração das mudanças legislativas e os requisitos necessários para a adaptação”, disse.

O papa Francisco disse que "o abandono do patrimônio é uma questão particularmente sensível e complexa, que pode atrair interesses enganosos por parte de pessoas inescrupulosas e ser uma ocasião de escândalo para os fiéis". Por isso aconselhou a agir "com prudência e cautela".

O papa afirmou que "todas estas questões serão aprofundadas durante os dois dias da sua conferência, com a oportunidade de identificar não só os problemas, mas também algumas experiências bem sucedidas e boas práticas que podem ser partilhadas".

“É sobretudo através do uso dos bens imóveis que a Igreja e, portanto, todas as comunidades que a compõem, podem dar um bom testemunho e anunciar a possibilidade de uma economia da cultura, da solidariedade e do acolhimento”, concluiu.

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