Na audiência geral de hoje (4), o papa Francisco falou sobre o exemplo da figura bíblica de Eleazar que mostra a honra da fé, a coerência dos idosos e a importância de seu exemplo para os jovens.

O papa disse que "a honra da fé encontra-se periodicamente sob pressão, até violenta, da cultura dos dominadores, que procura degradá-la, tratando-a como um achado arqueológico, ou uma velha superstição, um capricho anacrônico e assim por diante".

Em seguida, o papa Francisco defendeu que "um idoso que viveu na coerência da própria fé durante toda a vida, e agora se adapta a fingir que a repudia, condena a nova geração a pensar que toda a fé tenha sido uma farsa, uma cobertura exterior que pode ser abandonada, pensando que pode ser preservada no próprio íntimo”.

Por isso, Francisco enalteceu a fé da velhice como um exemplo a ser seguido pelos jovens e disse que "um idoso que, devido à sua vulnerabilidade, aceitasse considerar irrelevante a prática da fé, faria com que os jovens acreditassem que a fé não tenha alguma relação real com a vida”.

Devolver a honra à fé

O papa Francisco advertiu sobre a hipocrisia clerical e falou do gnosticismo, que definiu como uma "heresia, os desvios religiosos deste tempo" que "interpreta, à sua maneira, uma verdade indiscutível: que a fé nunca pode ser reduzida a um conjunto de regras alimentares ou de práticas sociais”.

Francisco afirmou que “a radicalização gnóstica desta verdade anula o realismo da fé cristã, pois a fé cristã é realista, a fé cristã não é só recitar o Credo, mas é pensar no Credo, é sentir o Credo, é fazer o Credo. Agir com as mãos”.

“Ao contrário, esta proposta gnóstica é um ‘fazer de contas’, o importante é que você dentro tenha a espiritualidade e depois pode fazer o que quer. Isto não é cristão. É a primeira heresia dos gnósticos, que está muito na moda aqui, neste momento, em tantos centros de espiritualidade e assim por diante”, declarou o papa.

O papa disse ainda que “a pressão que esta crítica indiscriminada exerce sobre as gerações mais jovens é forte. Certamente, sabemos que a prática da fé pode tornar-se uma exterioridade sem alma – este é outro perigo, o contrário – mas em si mesma não o é absolutamente”.

“Talvez caiba precisamente a nós, idosos, uma missão muito importante: restituir à fé a sua honra”, disse Francisco.

“A fé merece respeito e honra até o fim: mudou a nossa vida, purificou a nossa mente, ensinou-nos a adoração a Deus e o amor ao próximo. É uma bênção para todos”, disse.

Finalmente, o papa encorajou os idosos a serem um exemplo para os jovens. “Os jovens olham para nós, e nossa coerência pode abrir um belo caminho de vida para eles", disse.

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