O papa Francisco rezou a missa da Ceia do Senhor hoje, Quinta-Feira Santa, na prisão Borgata Aurelia em Civitavecchia, Roma. Durante a celebração estritamente privada, o papa lavou os pés de doze detentos representando os discípulos de Jesus.

Foi a sexta vez que Francisco celebrou o lava-pés em uma prisão. Nos últimos dois anos, por medo da pandemia de covid-19 o papa não celebrou o lava-pés.

"Agradecemos ao Santo Padre por ter escolhido, mais uma vez, uma periferia existencial, um lugar de proximidade para relançar uma mensagem de proximidade e esperança ao mundo", disse o padre Raffaele Grimaldi, inspetor dos capelães das prisões na Itália.

 “Pouco antes das 15h, o Papa Francisco dirigiu-se a Civitavecchia, no Complexo Penitenciário Novo, para celebrar a Santa Missa” em Coena Domini “com as pessoas detidas ali”, disse Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa.

"Chegado antes das 16h00, recebido pelas autoridades prisionais, o papa dirigiu-se à capela, onde presidiu à missa. Juntamente com alguns reclusos, estavam representados os agentes e funcionários do presídio e algumas autoridades, entre as quais o ministro da Justiça italiano”, continua a nota.

"O papa fez sua homilia, depois das leituras do dia, falando do sinal do lava-pés", coisa estranha "neste mundo: Jesus lavando os pés do traidor, daquele que o vende".

Papa Francisco acrescentou "Jesus nos ensina isso, simplesmente: entre vocês tem que lavar os pés [...] um serve o outro, sem juros: como seria bom se isso fosse possível fazer isso todos os dias e para todo o povo. É Jesus quem diz ao traidor "amigo", espera por ele até o fim, perdoa tudo: Deus tudo perdoa e Deus perdoa sempre! Cada um de nós tem algo que está no coração há muito tempo, mas, peça perdão a Jesus.”

Depois, o papa disse: “Há um Senhor que julga, mas é um julgamento estranho: o Senhor julga e perdoa”.

A nota da Sala de Imprensa diz que "no final da homilia, como é costume, o papa Francisco repetiu o gesto de Jesus durante a Última Ceia, quando o Senhor lavou os pés de seus discípulos como sinal de amor levado ao serviço e humilhação, para 12 detidos, homens e mulheres, incluindo pessoas de diferentes idades e nacionalidades", continua a nota oficial.

"Na conclusão da Missa, o Diretor da Prisão dirigiu algumas palavras de agradecimento ao Santo Padre e ofereceu como presente uma gravura do antigo porto de Civitavecchia, alguns produtos do jardim cultivado pelos internos e algumas obras feitas pelos funcionários e presos.”

A última visita oficial de um papa a Civitavecchia foi feita há 35 anos por são João Paulo II.

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