Foi encerrada na terça-feira (12) a fase local do processo de beatificação de irmã Anatólia Tecla Bodnar, na Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, que engloba os católicos de rito ucraniano no Brasil. Agora, os documentos e testemunhos coletados seguem para a Congregação para as Causas dos Santos da Santa Sé.

Irmã Anatólia nasceu na Ucrânia, em 29 de março de 1884. Foi batizada com o nome Tecla e recebeu sólida formação cristã de seus pais. Aos 8 anos, testemunhou a fundação da Congregação das Irmãs Servas de Maria Imaculada, de rito católico bizantino-ucraniano. Na infância, participava das atividades feitas pelas religiosas.

Tecla entrouo na congregação em 1902 e adotou o nome de Anatólia. Fez sua profissão perpétua em 1911, mesmo ano em que veio como missionária para o Brasil. Irmã Anatólia seguiu com outras freiras para a cidade de Prudentópolis (PR), que já tinha grande concentração de imigrantes ucranianos.

Em terras brasileiras, irmã Anatólia se consagrou totalmente servindo com caridade e abnegação aos doentes e abandonados.

Em 1915, foi aberto o noviciado das Irmãs Servas de Maria Imaculada no Brasil. Irmã Anatólia foi nomeada a primeira mestra de noviças. Exerceu esta função por 13 anos, contribuindo com a formação de um grande número de Servas de Maria.

Em 1928, foi eleita superiora da congregação no Brasil e, durante o primeiro capítulo geral na Ucrânia, em 1934, foi nomeada superiora provincial da Província São Miguel Arcanjo no Brasil. Desempenhou esta função até meados de 1947. Depois, ainda atuou por alguns anos como vice da superiora local e assistente da mestra do noviciado.

Em seus últimos anos de vida, foi acometida por uma incurável gangrena. Em seu leito, oferecia suas dores pela Igreja, pela congregação, pelos sacerdotes e pelo povo ucraniano no Brasil, ao qual dedicou o melhor de sua existência. Nesses momentos, buscava forças na oração e na contemplação de Jesus em sua Paixão.

Irmã Anatólia Tecla Bodnar morreu em 16 de fevereiro de 1956, em Prudentópolis. Foi sepultada no cemitério da paróquia de São Josafat e até hoje sua sepultura é visitada por fiéis que buscam sua intercessão.

Em 18 de junho de 1993, teve início o seu processo de beatificação, cuja fase metropolitana foi encerrada nesta semana, na capela da Casa Provincial Madre Anatólia, em Curitiba (PR).

“A causa de canonização tomou corpo e amadureceu, sinalizando uma longa caminhada, que foi não somente canônica, mas também espiritual. Os trabalhos do inquérito significaram uma busca da verdade histórica, que foi lembrando, revelando e confirmando a vida de virtudes heroicas e a fama de santidade da serva de Deus irmã Anatólia”, disse o arcebispo da Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, dom Volodemer Koubetch, na sessão de encerramento da fase local do processo.

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