A Federação da Juventude Católica Alemã (BDKJ), uma organização que reúne várias associações católicas de crianças e jovens, se pronunciou a favor de retirar a proibição da publicidade de aborto na Alemanha.

O Gabinete Federal da Alemanha aprovou em março um projeto de lei para revogar a Seção 219a do Código Penal Alemão, que proíbe a publicidade de abortos.

"A melhor proteção para a vida em gestação é quando as mulheres grávidas têm a oportunidade de se informar de forma segura. Esta é a única maneira de assumir uma responsabilidade real", disse a presidente da BDKJ, Daniela Hottenbacher, segundo um relatório da CNA Deutsch, agência em alemão do grupo ACI.

A líder de BDKJ também criticou que os abortos não sejam completamente acessíveis em toda a Alemanha.

"Em algumas áreas da Alemanha, os abortos não são mais acessíveis. Isto coloca as mulheres grávidas sob uma pressão adicional, em relação ao tempo, o que dificulta a decisão a favor ou contra um aborto", disse Hottenbacher.

O Código Penal alemão que proíbe a publicidade de abortos "reflete uma imagem da mulher que nós rejeitamos fortemente", disse Hottenbacher.

Na Alemanha o aborto pode ser feito por um médico antes da 12ª semana de gravidez, depois de uma sessão de aconselhamento obrigatório.

CNA Deutsch entrou em contato com um bispo alemão que já havia falado abertamente sobre o assunto, mas ele se recusou a comentar.

Após a decisão do Gabinete Federal em março, a Conferência Episcopal Alemã publicou uma nota criticando os planos do governo de derrubar a proibição da publicidade dos abortos, informou a CNA Deutsch.

"Em princípio, agradecemos que o governo federal não queira abolir a proibição da publicidade sem um substituto, como proposto originalmente, mas definitivamente vê a necessidade de uma regulamentação para uma proibição específica da publicidade de abortos", disse em uma nota divulgada no final de sua mais recente assembleia plenária.

A conferência dos bispos disse que examinaria a proposta do governo federal com mais detalhes. "Continuamos preocupados de que o nível de proteção seja reduzido demais às custas da proteção da vida exigida pela Lei Básica".

"Uma mulher grávida em situação de conflito depende de informações sérias, confiáveis e neutras", escreveu o bispo de Limburg e presidente da Conferência Episcopal Alemã, dom Georg Bätzing.

"Além disso, em vista da necessária proteção da vida - de acordo com o Tribunal Constitucional Federal - o aborto não deve aparecer como um procedimento cotidiano correspondente à normalidade. O projeto de lei agora apresentado deve ser medido em relação a isto", acrescentou.

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