Refugiados da Ucrânia que chegam a Portugal estão sendo recebidos por parte da Igreja Católica. Em Fátima, os Missionários da Consolata receberam em sua casa 11 pessoas, entre as quais sete crianças. Em Coimbra, o seminário maior da diocese pôs dois apartamentos para acolher à disposição de pessoas que fogem da guerra.

Membro dos Missionários da Consolata, padre Simão Pedro contou à Agência Ecclesiam da Conferência Episcopal Portuguesa, que os refugiados chegaram “há cerca de três semanas”, por intermédio de um sacerdote ucraniano que mora em Fátima. Segundo ele, o grupo conta com “um casal com três filhos, uma mãe com dois filhos e uma avó com dois netos”. “Vinham cansados, depois de dois dias inteiros de viagem, mas felizes por, finalmente, chegarem a um porto seguro”, afirmou.

Na casa da congregação religiosa em Fátima trabalha uma imigrante ucraniana, que está em Portugal há 24 anos. Ela acolheu a nora e dois netos, mas seu filho permaneceu na Ucrânia para combater. “É uma realidade difícil, uma avó contente por ter os netos junto dela, mas muito amargurada e é comovente ver”, disse o sacerdote.

Segundo padre Simão Pedro, esta funcionária faz a ligação com os refugiados. O religioso contou ainda que, nos primeiros dias, buscaram ajudar na “regularização da situação” dos refugiados. Passados cinco duas, as “crianças já estavam inseridas em colégios de Fátima”. Atualmente, os refugiados estão em uma “casa anexa para dar maior autonomia” e os adultos estão aprendendo o Português para depois “facilitar a procura de emprego”.

“O carisma dos Missionários da Consolata é atender e apoiar os que estão nas periferias e, neste momento, os refugiados da guerra da Ucrânia precisam de nós. Portugal tem sido grande exemplo de acolhimento”, disse o religioso.

Em Coimbra, o reitor do seminário maior, padre Nuno Santos, disse que, com o início da chegada dos refugiados à cidade, entraram em contato com a União das Freguesias de Coimbra – Sé Nova, Santa Cruz, Almedina, São Bartolomeu – e disponibilizaram dois apartamentos. Segundo ele, “nesta fase inicial”, os imóveis “foram vistos como solução de transição” para as pessoas ficarem ao chegar à cidade.

Os dois apartamentos costumam ser alugados para ajudar nas despesas do seminário. Mas, segundo padre Nuno Santos, na atual circunstância, não deviam “ser egoístas”. “Apesar das nossas dificuldades reais, porque estes apartamentos suportam muito as nossas despesas, devíamos estar ao serviço. É uma missão básica de acolhimento que é de todas as pessoas e que de um modo tão especial os cristãos devem ter no seu DNA, e, por outro lado, é também uma obrigação de todas as estruturas da diocese, das dioceses, de acolher irmãos”, disse o reitor à Agência Ecclesia.

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