A arquidiocese de Curitiba pediu que o vereador Renato Freitas (PT) não seja cassado por ter liderado a invasão da igreja de Nossa Senhora do Rosário em protesto contra o racismo no dia 5 de fevereiro.

Em carta aos vereadores da cidade enviada ontem (28) a "arquidiocese se manifesta em favor de medida disciplinadora proporcional ao incidente. Ademais, sugere que se evitem motivações politizadas e, inclusive, não se adote a punição máxima contida no Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba”.

O processo no Conselho de Ética pode fazer com que o petista perca o mandato.

“A manifestação contra o racismo é legítima, fundamenta-se no Evangelho e sempre encontrará o respaldo da Igreja”, diz a arquidiocese. “Percebe-se no vereador o anseio por justiça em favor daqueles que historicamente sofrem discriminação em nosso país. A causa é nobre e merece respeito.”

Na defesa prévia, Freitas refutou as acusações de perturbação da prática de culto religioso, entrada não autorizada dos manifestantes e realização de ato político no interior da igreja. O parlamentar chegou também a pedir o arquivamento do caso.

Ontem o Conselho de Ética começou a ouvir testemunhas de defesa de Renato Freitas. O procedimento foi instaurado na CMC a partir de cinco representações que alegam, principalmente, quebra de decoro.

As queixas foram apresentadas pelos vereadores Eder Borges (PSD), Pier Petruzziello (PTB), Pastor Marciano Alves e Osias Moraes, ambos do partido Republicanos, e pelos advogados Lincoln Machado Domingues, Matheus Miranda Guérios e Rodrigo Jacob Cavagnari.

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