O papa Francisco enviou uma mensagem aos portugueses por ocasião dos 375 anos da proclamação de Nossa Senhora da Conceição como padroeira e rainha de Portugal. No texto, Francisco ressaltou a ligação do país europeu com Maria e também o seu papel evangelizador. “Portugal, deste novos mundos ao mundo; deverás dar estes mundos a Deus”, disse o papa.

A mensagem de Francisco foi lida ontem, 27 de março, pelo núncio apostólico, dom Ivo Scapolo, na missa de encerramento do Ano Jubilar, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa.

“Porventura, não nasceu Portugal em territórios que já então dava pelo nome de Terra de Santa Maria? Pois bem, os filhos da Terra de Santa Maria, hão de mostrar que nunca a esquecem e que, a Ela se devem, em grande parte, as glórias do passado”, disse Francisco.

O papa recordou que a proclamação de Nossa Senhora da Conceição como padroeira de Portugal ocorreu em 25 de março de 1646, quando o rei dom João IV, “com um gesto altamente significativo”, depositou a “coroa real aos pés” da Virgem Maria, no Santuário de Vila Viçosa.

Francisco exortou os portugueses a renovar “a entrega de si mesmos e, por assim dizer, do respectivo reino à sua celeste padroeira e rainha”. “Animo-os a não ter medo daquilo que Deus lhes possa pedir ou esteja a pedir, deixem-se surpreender por Deus, como fez Maria, deixem Deus entrar verdadeiramente nas suas vidas”, encorajou. Então, pediu que todos sgam o exemplo de dom João IV. “Não voltem a envergar a coroa do próprio reino, mas deixem aos pés de Maria as próprias seguranças, os próprios projetos, os próprios revezes. Seja Ela, a Senhora da própria casa e do próprio ser”.

“De bom grado me uno a todos, encorajando-os nos seus sentimentos, propósitos e preces, para que, por Maria e com Maria, reine nos vossos corações a paz de Cristo”, declarou.

O papa também evocou a Ucrânia e convidou a rezar pela paz e comunhão entre todos, “nestes dias tristes de guerra sem fim, com o rastro incomensurável de vítimas inocentes e a negação cruel dos princípios da fraternidade universal”.

A missa foi celebrada pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo de Leiria-Fátima, dom José Ornelas. Em sua homilia, dom Ornelas destacou a ligação da celebração dos 375 anos com a identidade de Portugal. Paraele, celebrar a “matriz de fé” dos governantes do passado deve ser “um trampolim de projeto novo de futuro”. “Sem Deus, o mundo humano caminha para a autodestruição”, afirmou.

Participaram da celebração diversos bispos portugueses, autoridades civis e militares, entre as quais o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

Confira também: