As freiras na Ucrânia também sofrem as consequências da guerra, mas apesar do medo e do perigo elas continuam ajudando os fiéis locais.

Magda Kaczmarek, responsável pelos projetos para a Ucrânia da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), está em contato com várias congregações religiosas em zonas de guerra e divulgou o testemunho de uma irmã de um convento no norte do país.

A ACN decidiu não revelar o nome da freira nem o local onde ela está, porque “lá está acontecendo uma batalha feroz”

Por causa dos ataques russos, as freiras tiveram que se refugiar no porão e dormem de hábito para poder sair em qualquer emergência. Apagam todas as luzes à noite para não serem alvos dos bombardeios, e agora precisam ficar com um celular enquanto rezam para saber se há algum ataque.

Kaczmarek disse que o porão do convento não é mais tão seguro e as irmãs tiveram que ir a um abrigo antiaéreo para se proteger. Várias bombas já atingiram os arredores do convento, deixando como vítima uma família vizinha.

“As irmãs acolheram no convento três famílias que estavam com de medo”, acrescentou.

Cuidar de famílias em perigo não é novidade para as freiras, que fazem isso desde 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia.

Os vizinhos do convento, que veem nas freiras um sinal de esperança, afirmam: “Ficaremos enquanto as freiras estiverem aqui. Quando elas forem embora, nós também iremos."

Sobre as orações dos fiéis de todo o planeta pelo fim da guerra, Kaczmarek disse que "as irmãs recebem mensagens de todo o mundo dizendo que as pessoas pensam nelas e rezam por elas, também sentem grande solidariedade dos amigos e vizinhos do convento, embora estes também estejam sendo muito afetados”.

As irmãs afirmaram que "sentem a oração dos salmos em sua própria carne", mas "as súplicas por proteção contra a guerra e as promessas da proximidade de Deus as enchem de força".

Uma das freiras contou que nunca rezou tantos terços como agora, em meio à guerra.

A ACN ajudou a financiar a construção do convento destas irmãs e durante anos apoiou as freiras, que agradecem à fundação pontifícia, que pediu a todos os conventos de clausura do mundo que rezem constantemente pela Ucrânia.

“Este apoio faz com que se sintam parte da Igreja e acompanhadas por muitas pessoas”, destacou Kaczmarek.

Em resposta à grave crise humanitária na Ucrânia devido à guerra, a ACN preparou um pacote de ajuda de emergência de 1,3 milhões de euros.

O presidente executivo da ACN, Thomas Heine-Geldern, disse que esta ajuda beneficiará padres e religiosos que trabalham em paróquias, orfanatos e asilos e que cuidam dos deslocados em toda a Ucrânia.

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