Após a decisão oficial do presidente russo, Vladimir Putin, de invadir a Ucrânia, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, fez uma declaração na qual pediu para manter a esperança pois “ainda há tempo para a boa vontade”.

O cardeal Pietro Parolin lembrou o pedido do papa Francisco de oração pela Ucrânia, um apelo que, segundo o secretário de Estado da Santa Sé, “adquire uma urgência dramática”.

A seguir, a mensagem completa do secretário de Estado do Vaticano:

“Perante os acontecimentos de hoje da crise na Ucrânia, as palavras que o Santo Padre Francisco pronunciou ontem no final da Audiência Geral se destacam ainda mais claramente e de forma mais sincera. O Papa evocou grande dor ‘grande dor’, ‘angústia e preocupação’. E convidou todas as partes envolvidas a ‘abster-se de qualquer ação que provoque ainda mais sofrimento às populações’, ‘desestabilize a convivência pacífica’ e desacredite o direito internacional’. Este apelo adquire uma dramática urgência após o início das operações militares russas no território ucraniano. Os trágicos cenários que todos temiam, infelizmente, estão se tornando realidade. Mas ainda há tempo para a boa vontade, ainda há tempo para a negociação, ainda há tempo para o exercício de uma sabedoria que impeça o prevalecer dos interesses de parte, tutele as legítimas aspirações de cada um e poupe o mundo da loucura e dos horrores da guerra. Nós os fiéis não perdemos a esperança num vislumbre de consciência daqueles que têm o destino do mundo em suas mãos. E continuamos rezando e jejuando – o faremos na próxima Quarta-feira de Cinzas – pela paz na Ucrânia e no mundo inteiro.”

Situação na Ucrânia

Na madrugada de hoje, 24 de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou pela TV uma operação militar na Ucrânia.

Poucos minutos depois, mísseis foram ouvidos nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia. As explosões, continuaram durante toda a manhã de hoje em Kiev e em Kharkov, segunda maior cidade do país. Mais de 40 soldados e uma dúzia de civis ucranianos já morreram.

O presidente ucraniano, Volodímir Zelensky, impôs lei marcial enquanto tropas russas avançam em várias partes do território. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dimitro Kuleba, disse que seu país "se defenderá e vencerá".

O presidente dos EUA, Joe Biden, denunciou "o ataque injustificado" que causará "sofrimento e perda de vidas humanas". "O mundo vai responsabilizar a Rússia," disse Biden.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN, aliança militar de defesa liderada pelos EUA), se reunirá por videoconferência para discutir possíveis ações. A Ucrânia não é parte da OTAN.

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