A arquidiocese de Paris repudiou a "vulgaridade inútil" de um vídeo gravado na semana passada por dois ativistas homossexuais em uma igreja católica da capital da França.

"A diocese de Paris lamenta a vulgaridade inútil de um vídeo filmado na igreja de Saint-Paul-Saint-Louis, local de oração e paz, e transmitido na rede social TikTok", disse o comunicado publicado em 17 de fevereiro.

"O pároco de Saint-Paul-Saint-Louis entrou em contato com o autor do vídeo, filmado sem autorização, e ordenou que ele o removesse de sua conta em 24 horas", disse o texto.

O homem que se apresenta como "Queen Paul" (Rainha Paul), com mais de três milhões de seguidores no TikTok; e Benjamin Ledig, com quase 90 mil seguidores, publicaram o vídeo que gravaram no altar de uma igreja dançando sensualmente, fingindo rezar e fazendo gestos obscenos.

O vídeo foi visto por milhões de pessoas e causou polêmica, principalmente quando Ledig se recusou a pedir desculpas e acusou a Igreja de "homofobia" e a criticou por se opor às uniões homossexuais.

"Não me arrependo de nada que fiz", disse o influenciador; que também prometeu, em outro vídeo, "que em breve também fará o twerk em uma mesquita".

O twerk ou twerking é a palavra em inglês que designa o ato de dançar provocativamente.

AVISO: O vídeo pode ofender a sensibilidade do leitor

 

Segundo o jornal Le Parisien, o escritório de advocacia Influxio, que se dedica a defender legalmente os ativistas, denunciou algumas ameaças contra Benjamin Ledig, destacando que o endereço e o telefone de seus pais foram publicados nas redes sociais.

Embora Ledig tenha continuado publicando vídeos para provocar seus críticos, um deles gravado na mesma igreja; “Queen Paul” apagou o vídeo de suas contas do Instagram e TikTok e pediu perdão “aos católicos que ele possa ter ferido”.

Uma usuária que compartilhou o vídeo no Twitter expressou sua indignação com a “total falta de respeito. Eles pedem, mas eles mesmos não têm por nada nem por ninguém. Seus gestos não têm nada a ver com uma igreja que é um lugar sagrado, e diria a mesma coisa se fosse um lugar público”.

Em seu comunicado, a arquidiocese de Paris disse que "o pároco de Saint-Paul-Saint-Louis explorará todas as possibilidades jurídicas para pôr fim à violação de seus direitos que constituem a gravação e distribuição deste vídeo sem autorização prévia e expressa".

O texto afirmou que qualquer gravação em uma igreja deve ter a autorização "prévia e expressa" do padre responsável, conforme estabelecido pela lei de culto de 1905.

“A diocese de Paris lembra que as igrejas são edifícios destinados ao culto católico de forma permanente e em todos os seus elementos: nenhum vídeo ou filme pode ser filmado sem a autorização expressa do pároco”, conclui o comunicado.

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