Durante a 15º Conferência Internacional sobre AIDS realizada em Bangkok (Tailândia), o Presidente da Uganda, Yoweri Museveni, reafirmou a prática da abstinência como o melhor método para prevenir o vírus  e explicou que “o preservativo é uma improvisação não uma solução”.

O mandatário, cujo país é um dos poucos casos exitosos na luta contra a AIDS, fez um chamado às  “ótimas relações baseadas no amor e a confiança em lugar de institucionalizar a desconfiança, que é do que se trata o preservativo”.

Museveni ressaltou o método utilizado na Uganda, chamado “ABC” por seu significado em inglês –Abstinência, ter alguma crença e Preservativos– e promovido pela administração dos Estados Unidos, recebendo duras críticas por promover a abstinência como método para deter o vírus.

Na Ásia, onde as taxas de infecções continuam aumentando principalmente em quem se injeta drogas, jovens e homossexuais, algumas ONG’s propuseram o “método CNN” que oferece “preservativos, agulhas e negociação”, e que a diferença do “ABC”, não mostrou nenhum avanço significativo.

A pequena delegação dos Estados Unidos no evento, que segundo a Administração Bush manifesta a intenção de reduzir os custos, é vista como um sinal do desagrado de Washington pela pouca presença de seu programa na agenda do Congresso.

Segundo cifras oficiais, seis por cento dos 26,5 milhões de habitantes na Uganda estão infectados com  AIDS, em relação a 30 por cento dos anos  80’s.

Por sua vez,  Steven Sinding, diretor geral da International Planned Parenthood Federation –o maior provedor de abortos do mundo–, acusou a administração Bush por “converter” o sucesso da Uganda em um esforço por “manter o apoio dos conservadores religiosos”.

“Milhões de pessoas no mundo foram persuadidos pelos argumentos do Governo dos Estado Unidos e os direitos religiosos. Suas ações representam um impedimento para ter  a AIDS sob controle. Suas ações representam um impedimento para ter a AIDS sob controle”, afirmou Sinding.

Não obstante, a legisladora norte-americana Barbara Lee, a única congressista que participa da Conferência, criticou a Administração Bush e garantiu que “a abstinência do sexo muitas vezes deixa de ser uma opção, e por isso a única esperança para prevenir a AIDS é o uso do preservativo”.

Entretanto, Ted Green, membro do Conselho para a AIDS do Governo dos EUA, expressou  que “se estão me dizendo que as pessoas não podem deter a AIDS a menos que comprem um produto, simplesmente não posso concordar com isso”.

Simon Onaba, um jovem delegado da Uganda, afirmou que “estou me abstendo. Sou uma pessoa normal, mas reconheço que a AIDS é assassina. Eu então esperarei até minha noite de núpcias”.