O papa Francisco se reuniu por uma hora com Edith Bruck, sobrevivente de Auschwitz, no Dia Internacional de Comemoração das Vítimas do Holocausto, ontem, 27 de janeiro.

A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que o papa teve "uma longa e afetuosa conversa" com a escritora judia húngara de 90 anos em sua residência, a Casa Santa Marta.

"Ambos destacaram o valor inestimável de transmitir à geração mais jovem a memória do passado, também nos seus aspectos mais dolorosos, para não cair novamente nas mesmas tragédias", relata a sala de imprensa.

Em fevereiro de 2021, o papa visitou Bruck em sua casa em Roma.

A escritora nasceu na Hungria, mas mora na Itália desde os 20 anos. Sobreviveu aos campos de concentração nazistas em Auschwitz e Dachau, para onde foi enviada com seus pais, dois irmãos e uma irmã aos 12 anos.

Seus pais e um irmão morreram nos campos de concentração. Bruck e seus irmãos restantes foram libertados do campo de Bergen-Belsen pelos aliados em 1945.

Bruck agradeceu ao papa por destacar o antissemitismo durante sua visita à Hungria e à Eslováquia em setembro de 2021.

Em sua audiência geral em 26 de janeiro, o papa Francisco falou sobre o Dia Internacional em Memória do Holocausto, que cai no aniversário da libertação de Auschwitz em 27 de janeiro de 1945.

Ele disse aos peregrinos: “devemos recordar o extermínio de milhões de judeus e de pessoas de diferentes nacionalidades e credos religiosos.” porque “esta crueldade indescritível não deve voltar a repetir-se!”

"Apelo a todos, especialmente educadores e famílias, para que fomentem nas novas gerações uma consciência do horror desta página obscura da história."

Dirigindo-se ao conselho permanente da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em 27 de janeiro, padre Janusz Urbańczyk, diplomata da Santa Sé, destacou o perigo de "distorções, incluindo a negação do Holocausto e o revisionismo".

Para Urbańczyk, essas "distorções estão permitindo que a ameaça do antissemitismo apareça na Europa e em outros lugares".

Segundo Vatican News, serviço de informação da Santa Sé, padre Urbańczyk acrescentou que o Dia da Memória do Holocausto “permite que a memória desempenhe seu papel necessário no processo de formação de um futuro em que a indescritível iniquidade da Shoah nunca mais seja possível”.

Em uma declaração de 27 de janeiro, dom Rafał Markowski, presidente do comitê dos bispos poloneses para o diálogo com o judaísmo, prestou homenagem às vítimas do Holocausto.

"Lembramos de seus destinos trágicos, acreditando firmemente que Deus é o Deus da Vida, e o homem vive para sempre em Deus", disse ele.

“Comemoramos também as ações heroicas de muitas pessoas, conhecidas e desconhecidas pelo nome, que, como são Maximiliano Maria Kolbe, não se deixaram vencer pelo mal, mas o venceram com a força do bem”.

“Que suas histórias nos motivem a lutar com responsabilidade pela paz, pelo respeito à vida, dignidade e liberdade de cada pessoa e nação”, concluiu.

Confira também:

Mais em