O papa Francisco escreveu ao jornalista que fotografou sua visita surpresa a uma loja de discos em Roma, na Itália, e o encorajou a "continuar cumprindo sua vocação" como profissional de notícias.

Em 11 de janeiro, o papa visitou uma loja de discos no centro de Roma. Javier Martínez-Brocal, diretor do site de notícias Rome Reports, publicou um vídeo no Twitter, apagado mais tarde, e depois postou uma foto do papa saindo da loja de discos La Discoteca Pantheon-Roma. Fundada em 1971, a loja vende vinis, CDs e pequenos instrumentos musicais na Via della Minerva 10.

 

A notícia foi divulgada por meios internacionais, o jornalista escreveu ao papa que lhe respondeu para agradecer por "essa nobre e belíssima publicação”.

Na carta pessoal - à qual a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, teve acesso - o papa escreveu que "não se pode negar que foi uma 'falta de sorte' que, depois de tomar todas as precauções, havia um jornalista esperando por uma pessoa na praça de táxi. Não devemos perder nosso senso de humor".

O papa escreveu que "o que mais sinto falta nesta diocese (de Roma) é de não poder mais andar pelas ruas, como fazia em Buenos Aires, andando de uma paróquia para outra".

“Obrigado por cumprir sua vocação, mesmo que isso signifique colocar o papa em dificuldade. Desejo-lhe um bom e sereno ano de 2022. Que Jesus lhe abençoe e a Virgem Santíssima cuide de você. E por favor, não se esqueça de rezar por mim. Faço-o por você”, concluiu o papa.

Martínez-Brocal disse à ACI Prensa que lhe impressionou o convite do papa quando "diz 'viva bem a sua vocação, mesmo que isso signifique colocar o papa em dificuldade', ou seja, a vocação do jornalista de dizer a verdade, custe o que custar, com honestidade, isso é um trabalho muito difícil, mas dizer a verdade, porque a verdade é muito importante para o papa Francisco”.

Martínez-Brocal contou o que o motivou a escrever ao papa “o que me deixou triste nesta história foi a liberdade, a liberdade do papa que ele pudesse, que ele possa, sair de casa e fazer o que quiser sem ter 'medo' que alguém o descubra, e por isso tive pena dele e por isso lhe escrevi”.

O jornalista espanhol que trabalha em Roma há mais de uma década diz que é "uma história positiva" porque "neste momento de tragédias, que o papa faça esse gesto de amizade, saia de casa e que lhe peguem em flagrante é divertido, eu gosto muito disso”.

Finalmente, Javier refletiu sobre o gesto de humanidade que Francisco fez ao responder à sua carta. “Parece-me que é um gesto de proximidade de como o papa trata as pessoas. É muito impressionante. Nós que estamos sempre com pressa, o fato de ele ter pensado em mim é uma honra, é surpreendente e é um elemento muito importante nesta história”.

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