O Bispo da Toluca, Dom. Francisco Javier Chavolla, assinalou que diante da possível legalização da eutanásia neste país, urge que haja uma legislação apoiada em "princípios e valores", que tenha em conta que o "ser humano não é dono da vida de ninguém" e não se "pode decidir sobre ela como se Deus não existisse".

No marco da 80º Assembléia Ordinária da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), Dom. Chavolla recordou que a Igreja está a favor da "morte digna" e compartilha a preocupação dos fiéis diante do fomento da cultura da dor pela dor, entretanto não se pode apoiar os projetos de lei apresentados pelos legisladores do Partido da Revolução Democrática (PRD), que procuram a legalização da eutanásia.

No comunicado emitido pela CEM, os bispos esclarecem que há uma "diferença radical" entre "dar a morte" e "consentir o morrer", posto que o primeiro é "um ato supresivo da vida" e o segundo implica aceitar o padecimento até a morte.

"Por isso não devemos confundir a eutanásia, ação ou omissão que tem como intenção procurar obter a morte de outra pessoa a fim de evitar suas dores ou padecimentos", indicou.

Finalmente, o Bispo de Matehuala, Dom. Rodrigo Aguilar, lembrou que a morte digna é a que "proporciona ao paciente um tratamento delicado e respeitoso, informação veraz e participação nas decisões que lhe afetem, controle adequado da dor e os outros sintomas, apoio psicológico e social, assim como de atenção espiritual conforme a suas crenças", e acrescentou que a eutanásia é "inaceitável para a Igreja Católica" assim como "intensificação terapêutica", no que aplicam nos doentes tratamentos médicos que já não terão "nenhum resultado na recuperação da saúde da pessoa".