O que aconteceu foi um "ato indescritível e desprezível de barbárie desumana", disse o cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangoon, Mianmar, comentando o que aconteceu no dia de Natal na aldeia de Mo So. Pelo menos 38 pessoas, entre as quais mulheres e crianças, foram mortas pelas forças leais à junta militar que deu um golpe e está no poder no país desde fevereiro.

Mianmar vice um caos desde o golpe, com mais de 1,3 mil pessoas mortas pelas forças de segurança, segundo grupos de monitoramento local. Forças de defesa do povo autoproclamadas surgiram em todo o país para lutar contra a junta e arrastaram os militares a um impasse de confrontos e represálias.

“Mianmar inteiro é agora uma zona de guerra: quando isso vai acabar? Quando terminarão décadas de guerra civil em Mianmar? Quando poderemos desfrutar de verdadeira paz, com justiça e verdadeira liberdade? Quando vamos parar de nos matar? Irmãos que matam irmãos, irmãs que matam irmãs: isso nunca pode ser uma solução para nossos problemas. As armas não são a resposta”, escreveu o cardeal.

Bo apelou às partes envolvidas pedindo-lhes que “reconheçam que as armas não resolvem a crise, causando mais mortes e mais fome, com consequências devastadoras para a educação dos nossos filhos, para a nossa economia e para a nossa saúde. Rezo do fundo do coração pelo fim das tragédias que presenciamos nos últimos dias, semanas e décadas.”

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