José Antonio Kast, advogado e político católico pró-vida, aceitou a derrota no segundo turno presidencial contra seu rival, Gabriel Boric, um candidato de esquerda que defende o aborto.

“Acabei de falar com o Gabriel Boric e o felicitei por sua grande vitória. A partir de hoje é o presidente eleito do Chile e merece todo o nosso respeito e colaboração construtiva. O Chile está sempre em primeiro lugar”, escreveu Kast no Twitter neste domingo, 19 de dezembro.

 

Boric teve 55,85% dos votos, contra 44,15% de Kast.

Em sua proposta de governo, Kast propôs diferentes estratégias para proteger a vida desde a concepção até a morte natural, para reforçar o direito preferencial dos pais de educar seus filhos e para reconhecer a cultura e identidade dos povos indígenas.

A proposta de governo de Boric, de Frente Amplio e do Partido Comunista, promete a incorporação de uma perspectiva feminista transversal, a implementação de políticas como "aborto legal, livre, seguro e gratuito" e modificações na lei de identidade de gênero.

Boric tem 35 anos, a idade mínima para se candidatar à presidência. Ele é solteiro e estudou Direito na Universidade do Chile, mas ainda não se formou.

Sendo presidente do Centro de Estudantes da Faculdade de Direito, liderou a tomada de um dos prédios da Universidade para exigir a saída do reitor da época.

Em 2011 assumiu como porta-voz da Confederação Estudantil do Chile no chamado “movimento estudantil”, no qual milhares de jovens saíram às ruas reivindicando uma reforma na educação.

Boric está em seu segundo mandato como deputado e por causa da revolta social de 2019 assinou o “Acordo pela Paz” para acolher as demandas dos cidadãos quanto à falta de políticas públicas que permitam maior dignidade e que hoje se traduz na Convenção Constitucional para propor uma nova Constituição para o Chile.

Em vistas à eleição presidencial, o Comitê Permanente da Conferência Episcopal (CECh), emitiu um comunicado em 16 de dezembro onde ofereceu suas orações pelo próximo presidente e pediu-lhe "que governe para todos os chilenos, buscando caminhos de diálogo, acordo, justiça e fraternidade”.

Portanto, ambos os candidatos foram convidados a “honrar os valores democráticos, aceitar a opinião dos cidadãos e colaborar, desde o seu lugar, para construir uma comunidade política cuja alma é a caridade social”.

“Com a aproximação do Natal, convidamos a rezar pela unidade de nosso país, contemplando ao Deus conosco que assume a nossa condição humana para que vivamos como irmãos. Que o canto que ressoa nestes dias: ‘Glória a Deus no céu e na terra paz aos homens por Ele amados’, nos anime no desafio de ser artífices da paz”, concluiu o comitê permanente da CECh.

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