Morreu ontem o irmão Jean-Pierre Schumacher, um dos dois sobreviventes do sequestro e assassinato de sete monges cistercienses do Mosteiro de Tibhirine, na Argélia. O episódio foi contado no Homens e Deuses. Schumacher tinha 97 anos.

Sobreviveram ao ataque dos radicais islâmicos de 1996 apenas o irmão Amédée, que morreu em 2008; e o irmão Jean Pierre Schumacher.

O irmão Jean-Pierre conheceu o papa Francisco durante a visita do papa a Rabat, Marrocos, em março de 2019.

O irmão Jean-Pierre nasceu em 15 de fevereiro de 1924 em Lorraine, França, entrou na vida religiosa e foi ordenado sacerdote na Congregação dos Irmãos Maristas, em 1953. Alguns anos depois ingressou no mosteiro de Timadeuc, na Bretanha. Diante das dificuldades vividas pela comunidade de monges trapistas de Tibhirine, na Argélia, foi enviado em 1964 com outros dois monges.

Segundo Vatican News, o irmão Jean-Pierre permaneceu na Argélia por mais de 30 anos, dando testemunho do Evangelho em um país predominantemente muçulmano.

Na noite de 26 a 27 de março de 1996, o Grupo Islâmico Armado (GIA) entrou no mosteiro de Tibhirine, que até então se destacava pela boa integração com a população local. Os terroristas sequestraram sete dos religiosos que moravam lá; incluindo o prior, irmão Christian de Chergé. Em 21 de maio, o Grupo Islâmico Armado (GIA) reivindicou a responsabilidade pela morte dos religiosos.

Os sete monges executados em 1996 foram beatificados em 8 de dezembro de 2018 em Orã, Argélia, junto com 12 outros religiosos mortos durante a guerra civil argelina. O irmão Jean-Pierre participou da cerimônia.

O padre Daniel Nourissat, vigário da Catedral de São Pedro de Rabat, disse à AFP que o irmão Jean-Pierre era "um homem simples e fraterno que sabia que a sua missão era testemunhar o que viveu em Tibhirine".

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