A igreja de São Francisco, em Santa Cruz, Bolívia, foi atacada nesta segunda-feira por vândalos que exigem que a menina de 11 anos, grávida fruto de estupro de um familiar, aborte o bebê. A menina atualmente está em uma casa de acolhimento católica. Os abortistas picharam as paredes da igreja com slogans como "meninas, não mães" e "parem de nos matar". A palavra "pedófilos" foi escrita no chão, na entrada da igreja.

Na diocese de Tarija, o grupo feminista Mochas Copleras se reuniu em frente à paróquia de São Roque para se manifestar a favor do aborto e dizer que se a menina continuar com a gravidez será "dupla tortura". Com lenços e faixas verdes, as integrantes do grupo gritaram slogans como " meninas não são mães" e "aborto livre".

Na arquidiocese de La Paz, a basílica Maria Auxiliadora e a igreja Senhor da exaltação foram pichadas com frases como “Comunhão rima com violação” e “Crianças, cuidado, padre à solta”.

O caso da menor

No dia 22 de outubro, uma menor de 11 anos chegou ao Hospital Percy Boland, em Santa Cruz da Serra, após sofrer repetidos abusos sexuais do pai do companheiro da mãe, de 61 anos, que atualmente está preso.

Segundo a versão da mãe, no hospital a equipe da defensoria pública apresentou o aborto através de medicamentos como única alternativa. E, embora a menor tenha concordado com uma dose de mifepristone, ela soube da alternativa de adoção e decidiu não continuar com o aborto.

No sábado, 23 de outubro, com o apoio da mãe, foi entregue a carta formal na qual a menina desistia de continuar com o aborto, por isso recebeu alta na terça-feira, 26.

Por decisão da Defensoria da Infância e Adolescência de Yapacaní, a menor foi encaminhada a um centro de acolhimento gerido pela arquidiocese de Santa Cruz.

Em 1º de novembro, a mãe da menor apresentou perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) o pedido de medida cautelar, pois a defensoria pública também apresentou este pedido ao organismo internacional para exigir que a Bolívia realize o aborto químico.

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