“Como retribuirei ao Senhor todo o bem que me fez? Nosso Deus é um Deus grande, o que ele quer ele faz no céu e na terra”, disse a freira colombiana Gloria Cecilia Narváez, que ficou em poder de radicais muçulmanos do Mali durante 4 anos e 8 meses, em mensagem divulgada em 17 de outubro. "Quero elevar minha gratidão a Deus neste dia porque o senti próximo neste cativeiro".

“Meus agradecimentos a Sua Santidade o papa Francisco, ao governo italiano, às agências de inteligência italianas, às autoridades do Mali, ao bispo o cardeal Zerbo”, disse a irmã Narváez.

 

A religiosa foi sequestrada em 7 de fevereiro de 2017, em Karangasso, na fronteira entre Mali e Burkina Faso, por homens armados da Frente de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM, na sigla em inglês), um grupo radical ligado à Al-Qaeda.

Eles a obrigaram a entregar as chaves da ambulância comunitária. Mais tarde, o veículo foi encontrado abandonado. Outras três irmãs estavam na casa, mas escaparam. Os sequestradores iam levar a irmã mais nova, mas a irmã Gloria se ofereceu como voluntária para ir em seu lugar.

A freira foi libertada em 9 de outubro e o papa Francisco a cumprimentou no Vaticano no dia seguinte. O papa a abençoou antes de celebrar a missa na basílica de São Pedro.

Depois que irmã Narváez foi libertada, o cardeal Jean Zerbo, arcebispo de Bamako, Mali, disse à agência francesa de notícias AFP: “rezamos muito por sua libertação. Agradeço às autoridades do Mali e outras boas pessoas que tornaram possível esta libertação”.

Em sua mensagem, a irmã Narváez também agradeceu ao “doutor Iván Duque, presidente da Colômbia, e a todo o governo colombiano, ao embaixador da Colômbia na Itália, doutor Jorge Mario, ao GAULA, à Conferência Episcopal, aos bispos e padres, aos religiosos e religiosas, aos grupos paroquiais, aos leigos comprometidos, aos grupos de oração". GAULA são Grupos de Ação Unificada pela Liberdade Pessoal, unidades de forças especiais da Força Pública da Colômbia formadas por militares e policiais.

A freira também agradeceu “às instituições educacionais, docentes e administrativos, alunos e ex-alunos, à congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, à minha família, à todas as pessoas que rezaram por mim e tornaram possível minha libertação, e àqueles que me fortaleceram e me acolheram com seus detalhes e gestos de fraternidade, um sincero Deus lhes pague”.

A freira colombiana serviu no Mali por 12 anos antes de seu sequestro.

Sua comunidade administra um grande centro de saúde e uma casa para cerca de 30 órfãos, no país.

O Mali é governado hoje pelo coronel Assimi Goïta que liderou dois golpes de Estado em um período de nove meses, primeiro destituindo o presidente eleito do país, Ibrahim Boubacar Keïta, em agosto passado, e, em maio, os líderes interinos que lideravam o governo de transição do país.

Após o golpe de 24 de maio, o tribunal constitucional de Mali nomeou Goïta como presidente de transição até que o país realizasse eleições. Bispos católicos consideraram a noemação uma "tomada de poder fora do processo legal".

O Mali luta contra uma insurgência islâmica que começou no norte, em 2012, e se espalhou para Burkina Faso e Níger.

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